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Mário Bittencourt é reeleito presidente e comanda Fluminense até 2025

Mário Bittencourt, da chapa "Com Amor e com Vigor", é reeleito presidente do Fluminense - Marcelo Gonçalves/FFC
Mário Bittencourt, da chapa 'Com Amor e com Vigor', é reeleito presidente do Fluminense Imagem: Marcelo Gonçalves/FFC

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

26/11/2022 20h16Atualizada em 26/11/2022 20h24

Os sócios do Fluminense foram às urnas hoje (26) e escolheram Mário Bittencourt como presidente para o triênio 2023-2025. Atual mandatário, ele foi reeleito com 2.623 dos votos.

Rafael Rolim, da chapa "Meu Fluminense Acelera", teve 799 votos, enquanto Marcelo Souto, da chapa "Herdeiros de Oscar Cox", conquistou 228 votos. Tiveram três votos em branco e oito nulos. O pleito, que acontece com urnas eletrônicas, foi até às 18h e o resultado foi anunciado por volta das 20h.

Bittencourt, que encabeçou a chapa "Com amor e com vigor!", confirmou o favoritismo. Matheus Montenegro será o vice-Geral. Ele ocupou o cargo de vice-presidente de Relações Institucionais no período da primeira gestão. Por ter obtido mais que o dobro dos votos do segundo colocado, a chapa terá direito a todas as 150 vagas no Conselho Deliberativo do clube, além de ficar com os outros 50 suplentes.

"Vamos, tricolores! Chegou a hora! Vamos ganhar a Libertadores!", disse Bittencourt, ao microfone, em suas primeiras palavras, complementando:

"Fizemos uma eleição linda, uma eleição do tamanho do Fluminense, uma eleição onde os adversários se respeitaram, onde os correligionários se respeitaram. E somo um clube diferente por causa disso".

Em outro momento, pediu união pelos próximos três anos. "Vamos ter momentos de dificuldade, sim. A gente vai ter momentos de alegria, mas como todo clube, toda empresa, toda família, vamos ter momentos de dificuldade, como tivemos em 2009 e vocês salvaram o Fluminense na arquibancada. Queria pedir a vocês que, nos próximos três anos, a gente esteja assim: juntos! Inclusive aqueles que não estiveram conosco hoje, mas vão estar a partir de hoje. Tenho certeza que todos os que não estavam, vão estar, porque todos são tricolores".

Mário tem 44 anos e foi advogado do clube nas gestão de David Fischel, Roberto Horcades e Peter Siemsen. Ele também foi gerente de futebol sob comando de Horcades e vice-presidente de Futebol com Peter. Ele se elegeu pela primeira vez em julho de 2019, quando substituiu Pedro Abad no cargo máximo do Tricolor.

Com a reeleição, a tendência é que o Fluminense anuncie em breve a renovação do técnico Fernando Diniz. As conversas já vinham acontecendo e o treinador aguardava o resultado do pleito.

Há algumas outras pautas que devem ganhar novos capítulos em breve, não apenas no departamento de futebol.

Antes da eleição, o UOL Esporte enviou perguntas iguais aos candidatos. Confira abaixo quais foram as respostas de Mário Bittencourt.

1- Quais são as suas principais propostas como presidente do Fluminense?

A Libertadores já é uma meta a partir de 2023. Nosso foco será em conquistar títulos. O primeiro passo foi dado. Formamos uma equipe que tem uma base sólida e um treinador que iniciará o ano já com um time treinado por ele, escolhido por ele e que, sempre é bom lembrar, superou muitas dificuldades para ser o terceiro colocado no campeonato. Temos um planejamento sólido. Então, temos muita confiança que vamos ganhar títulos. Esse é o objetivo. Ao mesmo tempo, fortaleceremos as finanças do clube, sua estrutura interna e as condições de seus profissionais em todas as áreas.

Vamos seguir investindo no CT, na melhoria da estrutura de Xerém e no projeto de restauração de Laranjeiras, já aprovado pelos órgãos de proteção ao patrimônio, que contempla o estádio e a parte social. No futebol, queremos criar a diretoria de planejamento esportivo, integrando a base e o profissional, e expandir o setor de scout, captação e análise de desempenho. Entre as nossas propostas na área de marketing e comunicação, estão a criação das embaixadas e consulados para torcedores fora do Rio, novos benefícios para o Sócio Futebol, que inclusive terá um plano internacional e a criação de um aplicativo integrando os serviços aos sócios e torcedores. Entre outros projetos.

2- Com relação ao planejamento do futebol no próximo ano, como pensa o investimento no time que vai disputar a Libertadores? Quais seriam as prioridades?

A ideia é manter a base do elenco, que se mostrou muito forte em 2022. Conseguimos dar o primeiro passo, que foi a renovação do nosso artilheiro, o Germán Cano. Já apresentamos propostas e estamos negociando a prorrogação do contrato de outros jogadores muito importantes para nós, como Ganso, André e Arias. Estamos confiantes no desfecho positivo de todas essas negociações. Nosso planejamento passa por manter a espinha dorsal e pela renovação com o Fernando Diniz, que, por uma opção pessoal, prefere esperar a eleição para confirmar sua permanência. A partir de todas essas definições, e caso sejamos eleitos, vamos ao mercado em busca de três ou quatro reforços pontuais, avaliados com muito critério para que cheguem e agreguem valor ao nosso elenco.

3- O que pensa sobre a SAF? Acredita ser uma saída para o Fluminense?

Precisamos e estamos buscando investimentos. Esse é o essencial dessa questão. Se o modelo da SAF for o mais adequado ao Fluminense, será escolhido. Mas falar em SAF sem melhor avaliação e sem entender as consequências disso seria uma irresponsabilidade. Grandes clubes viraram SAF e estão agora enfrentando problemas iguais aos que tinham. Já o Bahia me parece ter feito um caminho mais bem planejado. Estamos trabalhando com o BTG para encontrar o modelo ideal.

4- O Fluminense ainda tem uma dívida grande. Como pretende reduzir isso para que o clube seja mais saudável financeiramente nos próximos anos?

Nós já pagamos mais de R$ 290 milhões em dívidas nos últimos três anos e meio. Hoje, nossa dívida está equacionada e estabilizada. Ou seja, não está descontrolada e provocando bloqueios diários nas contas, como acontecia quando chegamos aqui. Conseguimos a homologação do Regime Centralizado de Execuções (RCE), que evita a penhora das contas do clube e proporciona fluxo de caixa. Mas boa parte da nossa receita é direcionada para o pagamento dessas dívidas de gestões passadas. Nosso objetivo daqui para frente é buscar um investidor que nos ajude a reduzir drasticamente a dívida, que está contida na casa dos 740 milhões de reais, e investir para que consigamos ter uma melhoria ainda maior de performance esportiva.

5- Qual seu planejamento sobre a modernização das Laranjeiras?

Conseguimos a aprovação de um projeto incentivado para a restauração do estádio e do clube. Com essa verba, aliada a recursos próprios do clube, vamos conseguir fazer com que Laranjeiras volte a receber partidas de menor porte, como jogos do Campeonato Carioca, além de seguir comportando partidas da base e do futebol feminino. A ideia é instalar um gramado sintético, que nos ajude na preparação para partidas contra equipes que atuem neste tipo de piso. Também faz parte do projeto transformar o estádio em uma arena para receber shows, com capacidade de público ampliada, considerando arquibancada e campo. Assim, vamos dar vida ao estádio com diversos eventos que também gerem renda para o clube.

6- O Fluminense tem a venda de jogadores como forma de equilibrar as contas, mas muitas vezes a torcida discorda dos valores. Como vê essas negociações e como pretende lidar com as joias de Xerém?

O Fluminense fez três das dez melhores vendas de atacantes no pós-pandemia. Não sou eu que estou dizendo. Isso foi publicado na imprensa. Agora, é preciso ficar claro que nós também queremos vender melhor os jogadores. Isso é até óbvio, porque pense bem. Qual presidente não iria querer resolver as dívidas logo? Qual presidente não iria querer vender seus jogadores pelo maior preço possível? Agora, quem dita os preços é o mercado. A gente pode achar que um jogador vale um valor. Mas o que importa é quanto oferecem por ele. É assim em qualquer negociação na vida.

Por isso, esse trabalho de recuperação que estamos desenvolvendo é tão importante, pois nos dá a firmeza e a segurança de dizer não ou nos dá poder de negociar melhor, com valores cada vez mais altos. As nossas vendas melhoraram muito se comparadas a outras negociações feitas pelo clube em anos anteriores.

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