Por que os clubes ainda não contrataram ninguém no mercado da bola
O Campeonato Brasileiro terminou no dia 13 de novembro e a expectativa era por agitação no mercado da bola. Até agora, porém, nenhum clube grande anunciou reforços para 2023.
Quem ensaiou uma contratação de impacto foi o Flamengo na busca por Gerson, mas a negociação com o Olympique de Marselha (FRA) não avançou. O Corinthians ficou perto de contar com Angel Romero novamente, mas ainda não confirmou. Outros times já haviam garantido contratações via pré-contrato, como o Botafogo com Marlon Freitas, ex-Atlético-GO.
Sondagens e especulações ocorrem diariamente, mas o mercado ainda está frio. O UOL Esporte apurou que dois fatores são os principais: dinheiro curto e a Copa do Mundo.
Sem muitas opções no mercado e com pouca grana, os clubes resistem em liberar seus principais jogadores e pedem valores altos. Já a empolgação com a Copa diminui a frequência dos contatos entre clubes e empresários.
Outro ponto importante é o tempo maior no calendário. A pré-temporada começa em 14 de dezembro e os jogos dos Estaduais apenas em meados de janeiro. Dessa forma, há menos pressa para viabilizar reforços e a análise de cada atleta é mais minuciosa.
"Estamos em um momento de pré-mercado. A janela abrirá dia 11 de janeiro. Os clubes, em maioria, vão se apresentar dia 15 de dezembro. Então podem antecipar as movimentações e só registrarem os atletas dia 11. Isso dá tempo para nós. Por conta da Copa do Mundo, as transferências, férias e calendário foram atípicos esse ano, então por isso a "demora". Se fosse em outra época do ano, teria mais especulação. Creio que a Copa do Mundo, junto com a abertura da janela mais para frente, esteja deixando os clubes mais "calmos". Tem também um compromisso financeiro, poucos clubes estão fazendo loucuras como já fizeram. O mercado, pelo que estou vendo, está mais baseado pela troca de atletas e, consequentemente, há mais variáveis", disse o agente Pedro Gutierrez.
"Não estão anunciando, mas nos bastidores há alguns atletas apalavrados. Acredito que a Copa do Mundo seja o empecilho e essa sensação de demora em relação aos anúncios. Afinal, a pré-temporada começa mais cedo e os clubes têm até janeiro para se reforçar.", avaliou o empresário Romário Cássio.
Para André Mazzuco, diretor esportivo do Botafogo, a relação com a Copa do Mundo é inevitável, mas o maior fator que breca os clubes no momento é a falta de poder aquisitivo.
"Lógico que a Copa foi um evento que alterou um pouco o calendário, o campeonato acabou bem mais cedo. É um evento que movimenta todo o futebol. A janela deu mais tempo para os clubes neste final de ano para o início do ano. A pré-temporada também, tem clubes retornando antes do natal. Então alterou bastante a dinâmica. Outro ponto é que muitos clubes estão mudando bastante. Clubes virando SAF agora, mudanças de comando. Movimentação grande de bastidores. Os clubes estão mais criteriosos, porque o mercado é caro. Pouco poder aquisitivo. Então estão todos tentando ser mais pontuais. E nessa mistura de Copa, férias, estão aguardando as melhores oportunidades para poder cravar as decisões para ano que vem", pontua.
As negociações devem esquentar em dezembro, perto da volta das férias. Até lá, poucos anúncios devem ser feitos enquanto ocorre a Copa do Mundo do Qatar.
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