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Guerra política ferve e faz Atlético-MG deixar votação da SAF para 2023

Sérgio Coelho (centro) é o presidente do Atlético-MG e precisa administrar crise política no Conselho do clube - Pedro Souza/Atlético-MG
Sérgio Coelho (centro) é o presidente do Atlético-MG e precisa administrar crise política no Conselho do clube Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

03/12/2022 04h00

Oficialmente o Atlético-MG ainda não é uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), mas o clube já funciona como se fosse. O orçamento da temporada 2023 foi elaborado já projetando a transformação do Galo. O planejamento do futebol para o ano que vem também foi feito em cima da mudança de associação para empresa. Porém, para confirmar a adesão ao novo modelo, o Atlético precisa da aprovação do Conselho Deliberativo, mas a pauta será votada somente nos primeiros meses de 2023.

O desejo da diretoria executiva era convocar os conselheiros do clube para uma reunião em dezembro e colocar em votação a adequação do estatuto do clube, para que seja possível o futebol ser controlado por um ou até mais investidores. No entanto, após quase 13 anos de paz, o Conselho Deliberativo do Atlético-MG vive dias de guerra. Como relatado pelo UOL Esporte, existe uma disputa entre dois ex-presidentes do Galo: Alexandre Kalil e Ricardo Guimarães. Motivo pelo qual a direção atleticana optou em deixar a votação no Conselho para 2023.

O movimento mais recente na disputa foi de Alexandre Kalil, que acionou o Ministério Público de Minas Gerais. Depois de devolver as honrarias que recebeu do clube, Kalil entrou com uma notícia-crime contra Sérgio Coelho, o atual presidente do Atlético, e Ricardo Guimarães, o atual presidente do Conselho Deliberativo. O ex-prefeito de Belo Horizonte alega que houve fraude na eleição de 150 conselheiros e solicita que o tema seja investigado pelo MP.

Por mais que Alexandre Kalil não tenha mais dentro do Conselho o peso de antes, ainda se trata de um das principais figuras da politica atleticana. E para aprovar a adequação no estatuto do clube para a transformação em SAF, são necessários o votos de dois terços de aproximadamente 400 conselheiros. Por isso a decisão de segurar em algumas semanas a votação. A estratégia é deixar o clima ficar mais calmo, para que não aconteça qualquer problema, já que a transformação em SAF é colocada como fundamental para o futuro do Galo.

Mas como o clube ainda tem fôlego por mais alguns meses, o foco agora será apaziguar os ânimos entre os conselheiros. A votação para fazer a mudança para SAF deve acontecer em janeiro. De acordo com o estatuto alvinegro, qualquer reunião do Conselho Deliberativo deve ser convocada com pelo menos 15 dias de antecedência.

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