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Torcedor que viu adeus de Pelé na Vila agora apoia o Rei na luta pela vida

Torcedor do Santos durante vigília em frente ao Hospital Albert Einsten, onde pelé está internado - Gabriel dos Santos/UOL
Torcedor do Santos durante vigília em frente ao Hospital Albert Einsten, onde pelé está internado Imagem: Gabriel dos Santos/UOL

Gabriel dos Santos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/12/2022 04h00

Um torcedor do Santos chamou a atenção entre os vários que compareceram à vigília por Pelé, de 82 anos, realizada ontem (4), em frente ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde o Rei do Futebol está internado desde a última terça-feira (29).

Assim como a maioria dos presentes, Marcos Bispo dos Santos, de 66 anos, estava vestido com o uniforme do clube. O diferencial é que a camisa dele, apesar de ser de uma coleção lançada recentemente, foi personalizada com nome e número de Pelé. Resultado: viveu um dia de celebridade, mesmo sendo alheio a entrevistas, e atendeu diversos veículos de imprensa que cobriam o ato organizado pelos santistas.

Marcos foi um dos primeiros a chegar nos arredores do hospital e permaneceu durante toda a vigília, finalizada com uma roda de oração para mandar energias positivas ao Rei. Natural de Santos, no litoral de São Paulo, ele acompanhou grandes momentos da carreira de Pelé e esteve presente na Vila Belmiro na última exibição oficial do lendário camisa 10 pelo Santos, em 1974, quando o estádio recebeu pouco mais de 20 mil pessoas em duelo contra a Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista.

"Eu não aguentei. A gente sabia que dali em diante a gente teria momentos muito difíceis. Tinha quase 20 anos, já entendia muito bem o que representava. Tinha uma noção completa do que aconteceria quando ele parasse. É como se tivesse uma visão de como ele faria tanta falta para nós", explicou Marcos, em entrevista ao UOL Esporte.

Santista de nascimento e criação, Marcos estudou em duas escolas localizadas praticamente na mesma rua da Vila Belmiro (Azevedo Junior e Primo Ferreira) e contou brevemente como vivenciou a "era Pelé" de perto.

"Relação pessoal com Pelé, não tenho. Tenho de criança, de ele dar a mão para nós em uma igreja em Santos. A gente fugia da escola para ir ver o Pelé jogar. Acompanho ele desde garoto, antes de casar com a primeira esposa. Nós passamos isso para os jovens e eles sabem o que significa. Não é o santista, são todos que gostam de futebol. Se realmente amam futebol, têm de estar envolvido nessa prece, dar essa força para que o Rei se restabeleça", afirmou.

Agora, Marcos faz o que pode para prestar apoio a Pelé e desejar boas vibrações para a recuperação do eterno camisa 10. Ele não conteve a emoção quando foi questionado o que falaria se estivesse com Pelé neste momento em que o Rei luta pela vida.

"Rei, muitas batalhas você lutou. Essa, quem sabe, a mais difícil [chorando]. Espero que você saia dessa com muita força e muita saúde. Vida longa ao Rei", finalizou Marcos, com a voz embargada e lágrimas nos olhos.

A saúde de Pelé

O estado de saúde do Rei gerou preocupação nesta semana depois da informação que ele teve o tratamento suspenso para o combate ao câncer de cólon, já que seu corpo não reagia mais à quimioterapia, e passou a receber cuidados paliativos. A informação foi divulgada inicialmente pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo UOL.

O último boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein foi tranquilizador. O documento de sábado (3) divulgado pelo Albert Einstein informou que Pelé está em estado estável e que apresentou boa resposta ao tratamento contra a infecção respiratória.

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