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Como futebol moderno tem provocado 'aumento absurdo' de lesões em jogadores

Karim Benzema sofreu uma lesão na coxa esquerda e está fora da Copa do Qatar - Glenn Gervot/Getty
Karim Benzema sofreu uma lesão na coxa esquerda e está fora da Copa do Qatar Imagem: Glenn Gervot/Getty

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

07/12/2022 09h10

Mais lesões, mais tempo de inatividade. As coxas dos jogadores estão pagando um preço alto no futebol atual, à medida que a intensidade dos jogos aumenta e as temporadas se prolongam cada vez mais. É o que mostra um estudo científico publicado nesta terça-feira pelo British Journal of Sports Medicine (Jornal Britânico de Medicina Esportiva).

De acordo com a pesquisa, contratada pela Uefa, foram registradas 2.636 lesões nos isquiotibiais (posterior da coxa) em 3.909 jogadores profissionais entre 2000 e 2021.

O número de lesões duplicou ao longo do período, sendo 12% identificadas na primeira temporada (2000) e 24% na última (2021). O número de dias perdidos pelos atletas também dobrou, ficando agora com uma média de 13.

Para chegar a esses números, os pesquisadores analisaram dados das equipes médicas de 54 clubes europeus ao longo de 20 países. Investigou-se o tempo que os jogadores passam em treinos e jogos e o tamanho do período que ficaram ausentes, seja por lesões, doenças ou outros motivos.

A conclusão a que chegaram os pesquisadores com o estudo é que a principal razão para o aumento do número de lesões na coxa é o prolongamento das temporadas que fazem os atletas serem submetidos a uma alta intensidade por cada vez mais jogos, sendo assim 'colocados à prova' por mais tempo.

O risco de lesões também aumenta durante as partidas: é dez vezes maior do que nos treinos. Ao mesmo tempo, os pesquisadores detectaram um aumento significativo no número e na gravidade das lesões fora dos jogos oficiais.

A pesquisa aponta ainda outra consequência do futebol moderno: o risco de recaída é muito alto. De todas as lesões registradas entre 2000 e 2021, aproximadamente 20% são recidivas, sendo mais de dois terços consideradas precoces, ou seja, até dois meses após o retorno às competições.