Homem diz ser primo de Pelé e vira noite para tentar levar certidão ao Rei
Roger Nascimento passou a última noite em frente ao hospital Albert Einstein, em São Paulo. O artista e educador social se apresenta como primo de Pelé e tentava entregar o que seria a certidão de nascimento do Rei do Futebol. O maior jogador de futebol da história está internado desde 29 de novembro por causa do tratamento de câncer de cólon.
"Como somos da família de Pelé pela parte Nascimento, viemos aqui para ser solidários pelo fato de ele se encontrar muito doente. E também por ele ser uma pessoa única, que sempre representou o Brasil, mas me sinto até muito triste porque nunca tive a chance de conversar com ele", contou ele, ao UOL.
Roger Nascimento é o nome artístico de Flávio Moisés de Lima. O homem alegou que é neto de Maria José do Nascimento Moisés de Lima, irmã de João Ramos do Nascimento, o 'Dondinho', pai de Pelé. Ele, portanto, seria primo de segundo grau do maior jogador de futebol de todos os tempos, nascido em Três Corações, em Minas Gerais.
O homem trazia consigo um quadro da seleção brasileira tricampeã do mundo em 1970 e uma pasta cheia de fotos e documentos relacionados à sua família e ao Rei. No meio da papelada estava uma cópia da suposta certidão de Pelé. "Eu tenho a original", disse, orgulhoso. "Nem ele sabe que eu tenho, mas é porque nunca tivemos a chance. Eu queria que ele nos desse essa atenção para entregarmos na mão dele, porque ele nem imagina que eu tenho o registro de nascimento dele. Tem muita coisa que é relíquia, mas gostaria de entregar diretamente para ele", acrescentou.
A certidão original de Pelé foi emitida com duas divergências: o nome "Edison", com a presença da letra 'i', e a data de nascimento de 21 de outubro de 1940, dois dias antes do verdadeiro aniversário. Os erros fizeram com que o Rei pedisse a troca do documento e fornecesse uma cópia da versão antiga para o Museu Terra do Rei, em sua cidade natal, que a expõe juntamente com o registro de batismo. "A certidão de nascimento tem que ficar com a pessoa", respondeu uma funcionária da Secretaria da Cultura da cidade, ao ser questionada se o documento original do ídolo brasileiro poderia estar com outro alguém.
"Pelé é um brasileiro que fez muito para a sociedade levando o nome do Brasil e trazendo muitas vitórias e alegrias. Para nós, como família, é satisfatório saber e ter essa conversa. Gostaria muito que ele se sensibilizasse e olhasse para a sua raiz. Tem muita gente esperando a oportunidade para ter um breve diálogo com ele. Ele é uma referência muito grande e a gente não quer deixar essa história morrer", relatou Roger.
O parente partiu de Cidade Tiradentes, bairro do extremo leste paulistano onde mora, com o objetivo de tentar conversar com o Rei no hospital. Roger estava acompanhado do filho David, de 12 anos, e do sobrinho Samuel de Lima, de 22. Eles já haviam tentado contato na última segunda (5), sem sucesso após serem barrados na recepção e não terem nenhum retorno. O trio, então, retornou na noite de ontem (6) e dormiu no carro, estacionado na rua em frente ao Einstein.
"A gente não queria voltar para casa de cabeça baixa, queríamos saber como ele está, se podíamos fazer alguma coisa por ele. Esse é o grande motivo de estarmos aqui para poder ter esse diálogo com ele. A nossa árvore genealógica se encontra viva no fundão da Leste. Alguns sabem da história, outros não", acrescentou.
Roger está nessa jornada de tentar conversar e sensibilizar o Rei há 23 anos, desde que descobriu seu grau de parentesco com ele. A revelação teria acontecido após perguntar para um tio o porquê de um de seus primos de primeiro grau se chamar 'Pelé'. "Ele disse que era em homenagem ao Rei. E foi assim que eu descobri, no ano 2000, que eu vinha da árvore genealógica de Edson Arantes do Nascimento", contou.
Desde então, o primo de segundo grau trata isso como uma missão pessoal. Ele diz que mantém contato com parentes do Rei pela família 'Arantes', por parte de mãe. Sua motivação também tem a ver com o sonho de seu pai, Gervásio, de 89 anos, sete a mais que o Rei, de conhecer o primo Pelé. "Prometi para o meu pai que, enquanto eu estiver vivo, vou fazer o possível para que o senhor Edson Arantes nos dê uma atenção. Não falamos de algo financeiro, falamos de algo humano, solidário, família, grau de parentesco", enfatizou.
Após pernoitar em frente ao Einstein, Roger foi embora por volta do meio-dia, acompanhado de seus registros e memórias. Ele segue confiante que um dia conseguirá ter um contato com o Rei do futebol, a quem ele chama, orgulhosamente, de primo.
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