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Corinthians: Guedes viveu briga, quase dispensa e fase goleadora com Larghi

Roger Guedes vai reencontrar Thiago Larghi cinco anos após trabalharem juntos no Atlético-MG - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Roger Guedes vai reencontrar Thiago Larghi cinco anos após trabalharem juntos no Atlético-MG Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Arthur Sandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte e em São Paulo

09/12/2022 04h00

O novo auxiliar técnico do Corinthians foi anunciado nesta semana, mas já conhece muito bem o camisa 10 do clube. Thiago Larghi e Róger Guedes trabalharam juntos no Atlético-MG, em 2018, e tiveram relação de altos e baixos: briga, castigo e quase saída por um novo empréstimo, mas no final uma fase goleadora que rendeu uma proposta irrecusável.

Larghi era técnico interino do Atlético-MG quando Guedes viveu uma das melhores fases da carreira, no começo do Brasileirão de 2018. Fez nove gols em 12 jogos e foi vendido ao futebol chinês na parada da Copa do Mundo daquele ano —ele pertencia ao Palmeiras. Aquele semestre do atacante havia sido turbulento, com problemas dentro e fora de campo e Larghi sempre envolvido.

Os dois conviveram como treinador e jogador por cinco meses: Larghi assumiu o Atlético-MG em fevereiro de 2018, e Guedes foi vendido em julho. Foi tempo mais do que suficiente para muitos episódios: teve briga no treino, reclamação por substituição, corte de jogo importante e uma volta por cima. O UOL Esporte relembra passo a passo.

"Sempre eu"

Roger Guedes gesticula após ser substituído em jogo entre Atlético-MG e Figueirense, em 2018 - reprodução/SporTV - reprodução/SporTV
Roger Guedes gesticula após ser substituído em jogo entre Atlético-MG e Figueirense, em 2018
Imagem: reprodução/SporTV

Thiago Larghi não tinha sequer três semanas no cargo quando estourou a primeira polêmica envolvendo Róger Guedes. Foi no final de fevereiro de 2018, durante uma vitória sobre o Figueirense pela Copa do Brasil. Substituído, o atacante deixou o campo gesticulando e reclamando pelo quarto jogo seguido em que era trocado.

O atrito ficou por isso mesmo, porque Larghi pôs panos quentes em sua entrevista coletiva e no dia seguinte Guedes publicou nas redes sociais. "De fato ele não gostou, mas já conversamos no vestiário e ficou tudo acertado. Está tudo bem", disse o então treinador. "Fiz questão de me desculpar internamente com companheiros, diretoria e principalmente com o nosso técnico Thiago Larghi", escreveu o jogador.

Briga no treino e castigo em Buenos Aires

Em abril, durante um treino, Róger Guedes não gostou de uma entrada forte do argentino Tomás Andrade e partiu para cima do companheiro. A briga só não foi pior porque outros jogadores impediram. A imprensa estava no centro de treinamento e registrou toda a confusão. Dois dias depois o Atlético-MG visitou o San Lorenzo pela Sul-Americana, e Róger Guedes chegou a viajar, mas acabou cortado até do banco de reservas por Larghi.

Do quase empréstimo à proposta irrecusável

Na semana seguinte, Guedes errou um passe de calcanhar, proporcionou contra-ataque fatal, e o Atlético-MG perdeu do Vasco na estreia no Brasileirão. Seria a gota d'água para um novo empréstimo: Larghi liberou, e o atacante esteve perto de ser repassado ao Bahia. Foi um grupo de jogadores veteranos do Galo, entre eles Fábio Santos, que interveio para convencer comissão técnica e diretoria a mantê-lo no elenco. A aposta deu certo.

Com a saída de Casares, Róger Guedes ganhou nova chance com Thiago Larghi, assumiu a tituaridade na ponta esquerda e foi melhor do que o esperado: disparou na artilharia do Brasileirão e chamou tanta atenção naqueles meses que acabou comprado pelo Shandong Luneng, da China.

Larghi volta ao Corinthians

O novo auxiliar de Fernando Lázaro já trabalhou no CT Joaquim Grava por dois meses, em 2016. Ele foi assistente de Oswaldo de Oliveira por quase dois anos, primeiro no Sport, e em seguida no Corinthians. Daquela vez, porém, a comissão técnica acabou demitida após apenas nove jogos, pois o time não alcançou a classificação à Libertadores.

Depois do Corinthians, Larghi seguiu com Oswaldo para o Al-Arabi, do Qatar, mas ambos voltaram ao Brasil após três meses. Ainda em 2017 foram para o Atlético-MG, onde Larghi sucedeu Oswaldo de Oliveira no ano seguinte.

Como técnico, ele comandou o Atlético-MG em 49 jogos e com presença frequente no G-6 do Brasileirão, mas acabou demitido por não brigar pelo título. Depois do Galo, em 2020 treinou o Goiás por seis jogos, em pouco mais de um mês, e estava sem clube até virar auxiliar no Alvinegro.

Larghi também já trabalhou na seleção brasileira ao atuar como único observador técnico durante a Copa do Mundo de 2014, na comissão de Felipão. O trabalho era semelhante ao que Fernando Lázaro exerceria na Copa deste ano. Em entrevista ao UOL Esporte, em agosto, ele contou como estava se preparando para voltar à rotina do futebol.

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