Real pode pagar por Endrick 8 vezes mais do que Ronaldo pagou por Cruzeiro
Pode um jogador valer tanto quanto um grande clube? Em tempos de SAF's e transferências em quantias cada vez mais exorbitantes, a questão ganhou corpo com a venda de Endrick ao Real Madrid, da Espanha, em uma transferência que pode render R$ 407 milhões aos cofres do Palmeiras.
O montante da negociação é, por exemplo, superior ao que foi aportado inicialmente por Ronaldo Fenômeno e John Textor para as compras das SAF's de Cruzeiro e Botafogo, respectivamente.
No caso do clube celeste, a transferência de Endrick é cerca de oito vezes mais do que Ronaldo, de fato, terá de investir por 90% das ações.
Isso porque, ele tem de colocar à mesa apenas R$ 50 milhões desde que bata as metas de receitas previstas no contrato. E tem a obrigação de elevar a receita em um total de R$ 350 milhões em cinco anos em relação à média dos últimos anos. Assim, uma boa parcela dos R$ 400 milhões prometidos, na verdade, é gerada pela própria empresa cruzeirense.
Vale ressaltar, porém, que Ronaldo assumiu a dívida tributária da instituição, calculada em R$ 200 milhões em troca da transferência da Toca da Raposa I e II para a SAF.
Botafogo e John Textor fecharam um acordo pelo mesmo valor: R$ 400 milhões. O empresário colocou R$ 50 milhões via empréstimo, para questões mais imediatas e, quando tudo foi concretizado, mais R$ 100 milhões à vista. Agora, há o comprometimento de se pagar R$ 100 milhões em até 12 meses, R$ 100 milhões em até 24 meses e R$ 50 milhões em até 36 meses.
"O Botafogo foi vendido por um valor super de mercado porque esquecem que tem a dívida de R$ 900 milhões. Fora o que vai aportar de dinheiro daqui para frente", explicou Durcesio Mello, presidente do Alvinegro, em recente entrevista ao UOL Esporte.
Outras SAF's
No caso do Vasco, a transação com a 777 Partners, aprovada pelos sócios em agosto, foi por 70% das ações da SAF girou em R$ 700 milhões nos próximos três anos, além de se comprometer a pagar a dívida de também R$ 700 milhões em até dez anos.
Mais recentemente, o Bahia acertou a venda de 90% ao Grupo City por R$ 1 bilhão, com um mínimo de R$ 500 milhões para a compra de jogadores; R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas e R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base, capital de giro, entre outros.
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