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MP oferece denúncia contra ex-presidente do Santos por desvio de cocaína

Orlando Rollo é acusado pelo Ministério Público de negociar 790 quilos de cocaína com traficante - Reprodução / Instagram
Orlando Rollo é acusado pelo Ministério Público de negociar 790 quilos de cocaína com traficante Imagem: Reprodução / Instagram
Thiago Braga

Do UOL, em São Paulo

21/12/2022 17h02

O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia contra o ex-presidente do Santos Orlando Rollo. Rollo, que está preso desde 18 de novembro, teve a prisão convertida de temporária para preventiva (quando não há prazo definido para a soltura).

Rollo, que é investigador da Polícia Civil, é suspeito de desviar 790 quilos de cocaína e de tentar revender a droga para o traficante Vinicyus Soares da Costa, 33, o Evoque, ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

De acordo com as investigações, o ex-dirigente santista negociou a devolução da carga apreendida com o advogado João Manuel Armôa Júnior, que defende Evoque.

O que aconteceu:

  • O caso começou em agosto deste ano. No início da madrugada do dia 6, um caminhão Mercedes Benz foi abordado por Rollo e mais três agentes da polícia civil. No teto do veículo, escondidos, foram encontrados 958 quilos de cocaína. O motorista que dirigia o veículo deixou o local durante a abordagem policial e não foi preso em flagrante.
  • Na ocasião, os policiais só apresentaram 168 quilos da droga como apreendidos. Assim, aproximadamente 790 quilos foram subtraídos pelos agentes do Estado.
  • De acordo com as investigações, Rollo, Armôa, Evoque e os demais policiais estiveram reunidos no 3º DP de Santos, na noite do dia 7 de agosto. O encontro começou às 23h51 e foi até 2h29 do dia 8. No minuto seguinte, Armôa escreveu para Rollo. "Por favor, depois veja a matemática final da devolução da cerveja! Abraço." O ex-dirigente responde: "tá bom. Vamos tentar agilizar esse retorno".

Próximos passos:

  • Os 790 quilos de cocaína subtraídos de Evoque ainda estão desaparecidos. Segundo apurou o UOL, o Ministério Público entende que este fato só reforça a necessidade de manter presos os acusados. A menos que a Justiça entenda que a prisão deva ser revogada por algum motivo, como a necessidade de algum tratamento médico.
  • Para isso, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), precisa dizer que não tem condições de cuidar de algum dos presos.
  • Do ponto de vista do MP, não há nenhuma dúvida de que o carregamento que sumiu se tratava de droga. Rollo e outros três investigadores da Polícia Civil de Santos, devem ficar presos até o julgamento do caso.

O UOL tentou contato com o advogado de Orlando Rollo, mas não obteve resposta. Assim que ele se manifestar, o texto será atualizado.

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