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Palmeiras feminino nega desmanche e prioriza renovação de Bia Zaneratto

Bia Zaneratto, do Palmeiras, briga pela bola durante final da Libertadores Feminina diante do Boca Juniors - Hector Vivas/Getty Images
Bia Zaneratto, do Palmeiras, briga pela bola durante final da Libertadores Feminina diante do Boca Juniors Imagem: Hector Vivas/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

29/12/2022 04h00

O Palmeiras feminino, atual campeão estadual e da Libertadores, nega estar em um processo de desmanche, mesmo com as quatro saídas recentes. O clube afirma ter como prioridade a renovação do contrato da capitã Bia Zaneratto, que se encerra neste ano.

Bia viria a ser o ponto central de uma reestruturação. Há também críticas por parte das jogadoras quanto à estrutura de trabalho.

O que está acontecendo

Desde a conquista do Campeonato Paulista, quatro jogadoras deixaram o clube:

  • A goleira Jully, que vinha sendo reserva e estava há quatro anos no time, saiu.
  • A meia Ary Borges, uma das líderes técnicas da equipe, foi para o Racing Louisville (EUA), um projeto pessoal dela.
  • A atacante Patricia Sochor, reserva, negocia voltar para a Ferroviária.
  • A zagueira Day Silva, titular, se despediu ontem (28).

E uma foi contratada:

  • A atacante Amanda Gutierres, ex-Santos, que estava no Bordeaux (FRA), foi anunciada ontem.
Bia Zaneratto reclamou da estrutura do Palmeiras ainda no gramado, após a conquista do Paulista, no último dia 21:

"Acho que o clube hoje tem a ciência do que precisa ser melhorado, já foi passado. Talvez muitas pessoas não saibam, mas o nosso centro de treinamento é em Vinhedo. A gente não usa a estrutura que existe em São Paulo, do CT do Palmeiras masculino. Então é nesse ponto que a gente fala."

"A gente precisava realmente conquistar algo para exigir essas cobranças. Não adianta só cobrar e não dar retorno. Hoje o Palmeiras feminino tem dado retorno dentro e fora de campo. A gente vê a quantidade de patrocínios que a gente tem carregado. Queremos ver as coisas acontecendo com melhorias na modalidade", prosseguiu Bia, que completou:

"A gente sabe que o Palmeiras é um só, mas a gente quer que seja um só na questão estrutural também. Se o Palmeiras é um só, se o que vem para o Palmeiras é direcionado para o todo, que a gente tenha uma estrutura digna de um campeão, como somos hoje, como colocamos o nosso nome na história."

O que o Palmeiras diz

  • O Palmeiras diz ter um projeto em evolução, que ainda não está consolidado como o clube deseja, mas que tem quatro conquistas em quatro anos: duas Copas Paulistas, uma Libertadores e um Paulistão.
  • As saídas são encaradas como naturais na rotatividade que é inerente ao projeto do futebol feminino.
  • Os desligamentos fazem parte de uma reestruturação, mesmo com as conquistas. Outras saídas e chegadas vão acontecer.
  • O Palmeiras trabalha com contratos mais curtos por opção, com vantagens e desvantagens inerentes para jogadoras e clube. E está habituado a negociar com as jogadores ao fim das temporadas.
  • Muitas atletas assinam vínculos curtos para jogarem em mais de uma liga na mesma temporada.
  • Nem todos os contratos são CLT, opção que é ofertada às atletas, que podem optar por contratos de Direito de Imagem, uma espécie de vínculo freelancer.

Como os rivais estão estruturados

  • A maioria dos clubes trabalha com contratos curtos e costuma ter muita rotatividade de uma temporada para outra.
  • O Internacional, vice-campeão brasileiro, projeta perder até 11 atletas entre o fim de 2022 e o começo de 2023. Nas duas temporadas anteriores, 14 atletas saíram a cada ano.
  • O Corinthians, atual campeão nacional, tem realidade bastante diferente. O Alvinegro tem, no momento, 30 jogadoras com contrato até o fim de 2023 e seis até o fim de 2024.
  • Com mais atletas sob contrato, o time do Parque São Jorge não passa pelo estresse de negociar em massa ao fim das temporadas.

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