Vasco? Santos? Corinthians? Afinal, para qual time Pelé torcia?
Em março de 2020, Pelé fez uma declaração importante: era Vasco desde criancinha. Logo em seguida, o Conselho Deliberativo do clube concedeu o título de sócio honorário ao rei do futebol e lembrou que Pelé marcou seu milésimo gol na carreira contra o time.
Pelé se declara vascaíno desde sua infância, tendo vestido a camisa do Gigante da Colina no Torneio do Morumbi, em 1957. Quis o destino que o gol 1000 de Pelé, marcado com a camisa do Santos, fosse marcado no Maracanã, contra o clube do coração. Pelé reafirmou recentemente que não foi vascaíno apenas na infância; ele ainda é
Vasco, em nota oficial
Em entrevista para o canal Pilhado, do YouTube, o jogador também relembrou como foi jogar algumas partidas emprestado para o clube carioca no começo de sua carreira.
"Em Bauru [onde ele viveu], a maioria dos meus amigos e dos amigos do meu pai eram corintianos. Não sei porque eu saí Vasco. Por coincidência, acabei jogando no Vasco no campeonato que tivemos. Só Deus explica uma coisa dessa, com tanto time grande em São Paulo que eu poderia ter jogado, mas eu fui no Vasquinho", disse.
Isso aconteceu em 1957, quando o time excursionava pela Europa. O clube carioca e o Santos fizeram um acordo, cedendo jovens jogares para disputar o Torneio do Morumbi, em que Flamengo, Belenenses (POR) e Dínamo (IUG) também participaram.
"Nunca deixei de ter carinho pelo Vasco. Para os mais jovens, preste bem atenção: Eu sou vascaíno, porque o Vasco me deu oportunidade de aparecer para o mundo inteiro e sou Santos, porque foi o clube que me criou", declarou.
Ainda disse: "Ainda hoje eu sofro um pouco pelo Vasquinho."
Só que, obviamente, Pelé se consagrou vestindo a camisa do Santos e teve um amor especial pelo time que durou toda sua vida adulta.
Porém, ele já desmentiu a história do Vasco e admitiu a simpatia por outros clubes —e ídolos que o inspiraram e o ajudaram a atingir o seu nível de excelência, como Zizinho e Jair Rosa Pinto.
"Uma vez em um almoço com a gente na redação do Estadão, em 1994, ele desmentiu aquela história de que ele era vascaíno na infância. (...) Ele falou 'não, na verdade, eu tinha uma simpatia pelo Atlético-MG, porque meu pai jogou lá'. Não era um torcedor do Atlético-MG, mas ele tinha simpatia pelo Galo", contou o jornalista Claudio Arreguy ao UOL.
Já o jornalista Helvidio Mattos disse que o Corinthians não era um dos times admirados por Pelé e que ele fazia até uma preparação especial para enfrentar o rival quando atuava pelo Santos.
"Não era o Corinthians, isso de forma nenhuma. Ele gostava demais de jogar com o Corinthians. Era assim, na antevéspera do jogo, dizem os companheiros dele naquele time fantástico do Santos Futebol Clube que ele se preparava realmente, ficava concentrado, focado, nada mais podia atrapalhar ele naquelas horas anteriores a um jogo com o Corinthians, e ficava focadíssimo mesmo", lembrou.
"Ele nunca me disse diretamente, 'olha, o Vasco é o meu segundo time', coisa do tipo, mas falava que aqueles jogos que ele fez e jogando com a camisa do Vasco, era um combinado Vasco e Santos, mas jogando com a camisa do Vasco da Gama, e ele se sentiu mais ou menos em casa. Eu apostaria no Vasco da Gama como segundo ou terceiro time. Santos primeiro, segundo seleção brasileira, terceiro o Vasco."
No entanto, para bagunçar a história, no livro "Corinthians: o time da fiel", de Orlando Duarte e João Bosco Tureta, Pelé escreveu um texto dizendo que era corintiano na época em que morava em Bauru.
"Quando garoto, em Bauru, todos os meus companheiros falavam em Palmeiras, Corinthians e São Paulo. Todos tinham suas preferências. Eu gostava do Corinthians —meu time de futebol de botão era o Corinthians, meus ídolos eram jogadores corintianos. Era menino e, quando jogava no gol e fazia uma defesa, gritava o nome de um dos goleiros do Corinthians. Quando fazia um gol de cabeça, gritava lembrando Baltazar."
E finaliza: "apesar de santista definitivo, nunca odiei o Corinthians."
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