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Por 24 horas, futebol esqueceu rivalidade e a Vila virou casa do Pelé FC

Caixão de Pelé, durante cortejo por Santos - REUTERS/Amanda Perobelli
Caixão de Pelé, durante cortejo por Santos Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli
Lucas Musetti Perazolli e Gabriela Brino

Do UOL, em Santos (SP)

04/01/2023 04h00

O velório de Pelé transcendeu qualquer rivalidade do Santos com outras equipes do Brasil. Nas 24 horas de despedida do Rei na Vila Belmiro, todos os mais de 230 mil presentes torceram pelo Pelé Futebol Clube.

  • Não houve qualquer incidente nas filas ou dentro do estádio. O clima foi de tranquilidade e respeito.
  • Por mais que as filas estivessem grandes e o acesso à Vila durasse até três horas, os torcedores e simpatizantes tiveram paciência e entenderam a importância do momento.
  • Foi comum ver pessoas com camisas de rivais do Santos, clubes de outros estados e até de outras seleções. Muitos idosos e crianças também estiveram presentes.
  • A rotina dentro do gramado foi basicamente a mesma para todos: celular na mão, alguns aplausos e o silêncio ao passar pela tenda onde ficou o caixão de Pelé.
  • O silêncio dos visitantes e a música ambiente viraram homenagens mais barulhentas em apenas dois momentos. As organizadas do Santos e o Movimento Verde Amarelo emocionaram o estádio com os gritos para o Rei.
  • O momento de maior apreensão foi às 2h de terça-feira. O cerimonial precisou mexer no corpo de Pelé e nas flores e interrompeu a fila por cerca de 30 minutos. Mesmo assim, o clima na Vila Belmiro continuou o mesmo.

Família e autoridades

A família de Pelé se alternou ao longo das 24 horas para ter ao menos um representante na tenda principal. O mais ativo foi o filho Edinho, que teve papel fundamental na organização do velório.

  • Durante o dia, a família descansou nos camarotes da Vila Belmiro. À noite, eles se alternaram nos quartos de hotéis reservados em Santos.

  • A tenda principal também recebeu personalidades do esporte e da política, além dos ídolos eternos do Santos, ex-companheiros de Pelé. A lista VIP criada pela família de Pelé foi respeitada.

  • Os famosos entraram pelo Memorial das Conquistas, o museu do Santos, e depois foram ao gramado para se despedir de Pelé. A Vila Belmiro recebeu representantes de mais de 100 países.

  • Último convidado ilustre, Lula chegou na última hora de velório e participou da oração com familiares de Pelé.

Um abraço da cidade

Após o velório, houve um cortejo com o corpo de Pelé pelos bairros de Santos no carro do Corpo de Bombeiros. A saudação durou quatro horas e percorreu cerca de 14 quilômetros.

O cortejo parou a orla da praia de Santos. Por onde passou, Pelé recebeu aplausos e gritos como o do "mil gols". O momento mais marcante foi a passagem na frente da casa da mãe do Rei, a dona Celeste, que tem 100 anos.

A solenidade terminou com o enterro reservado para familiares e amigos no Memorial Necrópole Ecumênica.

  • O mausoléu do Rei terá 200m² de espaço coberto por um tapete de grama sintética.
  • A decoração foi especialmente pensada para o Rei do Futebol, com camisas e até algumas surpresas do Memorial para a família.
  • O caixão do Rei não será de ouro, como chegou a ser especulado, mas o mausoléu terá detalhes na cor dourada.
  • Duas estátuas de Pelé na cor dourada foram produzidas pelo Memorial e serão oferecidas à família.
  • O mausoléu foi pensado para virar mais um ponto turístico da cidade de Santos.