Topo

Ibrachina: presidente de clube tem pais investigados na CPI da Pirataria

Ibrachina Futebol Clube está disputando a Copinha 2023 - Reprodução / Instagram
Ibrachina Futebol Clube está disputando a Copinha 2023 Imagem: Reprodução / Instagram

Nicole D'Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

13/01/2023 16h11

Um time com nome um pouco diferente eliminou o Vasco na segunda fase da Copinha deste ano: o Ibrachina FC. Mas qual a origem desse clube e qual a ligação com os chineses?

  • Criado em 2020 a partir de um projeto social do instituto que leva o mesmo nome, o Ibrachina é um clube de futebol voltado para crianças das comunidades de Heliópolis e São Mateus, além de jovens que desejam jogar nas categorias de base sub-15, sub-17 e sub-20.
  • Antes de sua fundação, o clube era apenas uma escolinha de futebol em um espaço de entretenimento localizado no bairro da Mooca, em São Paulo: a Arena Ibrachina;
  • O projeto do instituto Ibrachina funcionava em parceria com o time de futebol estadunidense Orlando City Soccer Club;
  • A arena de 12.000 metros quadrados oferecia também serviços de locação de quadras de society, campo, futsal, além de cursos de mandarim e inglês (básico, intermediário e avançado) para jovens e crianças do projeto;
  • O time de alto rendimento começou a ser montado por jovens tanto da escolinha de futebol, dos projetos sociais realizados pelo instituto, quanto pelo empréstimo de atletas dos grandes clubes e peneiras.

Pais do presidente são investigados

O presidente é o empresário Henrique Law, filho do casal Law Kin Chong e Miriam Law. Os dois são investigados na CPI da Pirataria, conduzida pela Câmara Municipal de São Paulo. A comissão apura a venda irregular e contrabando de produtos no comércio popular de São Paulo, localizado nas regiões da rua 25 de março, Brás e Pari.

Apesar das acusações de seus pais, Henrique Law disse, em entrevista concedida ao jornal Estado de S. Paulo em 2022, que o dinheiro investido nas equipes sai do seu próprio bolso, além da ajuda dos patrocinadores do clube.

O empresário Law Kin Chong, dono da Mundo Oriental Incorporadora, não compareceu ao seu depoimento, que havia sido agendado para setembro de 2022. No entanto, Chong participou de uma reunião anterior — quando não era aguardado — e, por causa de um habeas corpus, pôde ficar em silêncio.

Por não ir à reunião, uma nova convocação foi gerada. Caso falte, ele deverá comparecer de forma coercitiva. A comissão espera que o empresário explique porque 95% dos produtos dos seus 37 shoppings são pirataria.

No momento, a CPI está prevista para março de 2023, devido a uma prorrogação informada por membros da comissão em agosto do ano passado.

O que é a CPI da Pirataria?

  • A CPI da Pirataria foi instalada em 2003 na Câmara dos Deputados de São Paulo;
  • Tem como objetivo investigar a falsificação e a sonegação fiscal;
  • Seu prazo final era de cerca de três meses, mas acabou sendo estendido para 2004 devido a aprovação de quatro prorrogações;
  • Seu relatório final sugeria a criação de um órgão público a fim de implantar políticas públicas de combate à pirataria. Foi criado, então, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), por meio do Decreto nº 5.244, de 14 de outubro de 2004;
  • No entanto, em 2019, o CNCP foi extinto e recriado por meio do Decreto nº 9.9875, de 27 de junho de 2020, com o mesmo intuito de analisar e investigar a evasão fiscal, sonegação, pirataria e a falsificação na cidade de São Paulo.

Quem são Law Kin Chong e Miriam Law?

  • Law Kin Chong é acusado há muitos de ser o maior contrabandista do país;
  • Em 2004, foi preso na Operação Shogun, organizada pela Polícia Federal, por ser acusado de tentar corromper o deputado Luiz Antonio de Medeiros, que, na época, presidia a CPI da Pirataria;
  • Miriam Law também chegou a ser presa, em 2005, acusada de dar continuidade aos trabalhos do marido, promovendo contrabando, falsificação de mercadorias e lavagem de dinheiro;
  • Ambos foram soltos, mas Chong ainda responde a CPI da Pirataria.