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Risco de "novo caso Robinho" fez Justiça decretar prisão de Dani Alves

Talyta Vespa e Thiago Arantes

Do UOL, em São Paulo e em Barcelona

20/01/2023 16h13

Daniel Alves teve a prisão provisória e sem direito a fiança decretada pela juíza Maria Concepción Canton Martín, do Tribunal de Justiça de Barcelona. O jogador é investigado por agressão sexual a uma mulher no fim do ano passado.

Daniel já está preso no centro penitenciário na Catalunha e permanecerá preso até o fim da investigação - pelo menos é o que foi decidido judicialmente até o momento. Há alguns motivos pelos quais a prisão provisória foi decretada. São eles:

  • Risco de fuga. Pelo fato de Dani Alves ter uma boa condição econômica, tornaria viável a possibilidade de ele deixar o país durante as investigações.
  • Como Daniel Alves tem dupla nacionalidade, se viajasse ao Brasil, não haveria forma de extraditá-lo para ser julgado na Espanha. É o que aconteceu com o também jogador Robinho, condenado na Itália.
  • O depoimento da mulher que acusa Daniel Alves é contundente e sem contradições.
  • As informações policiais: análise de câmeras de segurança, coleta de depoimento de funcionários da boate e exames médicos entregues pela vítima foram considerados contundentes.

O pedido de prisão, feito pelo Ministério Público espanhol e reforçado pela defesa da vítima, foi acatado pela juíza depois de ela coletar o depoimento do jogador, que se apresentou ao tribunal nesta sexta-feira (20).

O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa de Daniel Alves, que afirmou estar esperando informações do advogado do jogador.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.