Contradição, apoio da mulher e rescisão: cronologia da prisão de Dani Alves
A prisão de Daniel Alves foi construída ao longo de um episódio ocorrido ainda no dia 30 de dezembro em uma boate em Barcelona.
O UOL fez uma cronologia de todo o caso envolvendo o lateral da seleção brasileira e projetou os próximos passos da investigação.
30 de dezembro: festa e acusação
Naquele dia, Daniel Alves esteve na boate Sutton, em Barcelona. De acordo com o site El Taquigrafo, as câmeras de segurança da boate mostram o brasileiro chegando com um amigo por volta das 2h ao local. Eles aparecem conversando e dançando com várias mulheres.
Pouco mais de duas horas depois, a vítima é vista indo ao banheiro e é seguida por Daniel Alves. Lá, não há câmeras de segurança. A mulher é vista saindo do local e novamente acaba sendo seguida pelo atleta.
Na época, a suspeita era de que Daniel Alves teria tocado na mulher sem permissão e colocado a mão por dentro da roupa dela. A vítima teria procurado a polícia catalã, que chegou ao local e não encontrou o jogador. Ela fez uma denúncia às autoridades pouco depois.
5 de janeiro: a versão do jogador
Sim, eu estava naquele lugar, com mais gente, curtindo. E quem me conhece sabe que eu amo dançar. Eu estava dançando e curtindo sem invadir o espaço dos outros. Eu não sei quem é essa senhora. Nunca invadi um espaço. Como vou fazer isso com uma mulher ou uma menina? Não, por Deus" Daniel Alves para o programa da TV espanhola "Y ahora Sonsoles"
10 de janeiro: denúncia aceita
A Suprema Corte da Catalunha aceitou a denúncia da polícia contra o brasileiro. O tribunal disse, em comunicado, que abriu processo "por um suposto crime de agressão sexual".
10 de janeiro: apoio da esposa
Joana Sanz, espanhola que é casada com Daniel Alves, falou sobre a situação do jogador e mostrou confiança no marido.
Eu sei quem é meu marido, sei como o conheci, sei o quanto ele é respeitoso porque nem quando ele estava me conhecendo ele me desrespeitou. Voltamos a Barcelona no dia 30. Ele foi jantar com os amigos e desligar um pouco que tanto precisava para a cabeça. Saiu para dançar e tentar curtir a música como gosta. Ponto. Não tem nada de errado nisso" Joana Sanz para a rádio espanhola "Antena 3"
18 de janeiro: audiência marcada
A Justiça marcou a audiência do caso para ontem. O interrogatório foi solicitado pela polícia catalã, que recebeu a denúncia. Ele recebeu o aviso de que seria fotografado e que teria as digitais colhidas antes de dar o depoimento. Além disto, as autoridades alertaram sobre a chance de medidas cautelares já serem tomadas.
Manhã de 20 de janeiro: detenção
Daniel Alves desembarcou em Barcelona e se apresentou voluntariamente para o depoimento.
O brasileiro entrou em contradição ao falar sobre o caso. Segundo o "El Periódico", ele teria admitido "relações consensuais" com a mulher, versão que conflita com o que foi dito no dia 5 de janeiro.
Ele chegou a ser algemado e esperou o resultado do julgamento em uma cela com outros interrogados.
Logo após a sessão, ele foi detido provisoriamente. Naquele momento, Joana publicou nova foto em apoio ao marido, desta vez com uma imagem das mãos do casal entrelaçadas.
Tarde de 20 de janeiro: prisão
A juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín determinou a prisão provisória e sem direito a fiança de Daniel Alves horas depois do depoimento.
Ela emitiu o pedido após coletar as falas do jogador, que foi levado ao complexo Brians por uma viatura da polícia.
O procedimento pelo qual passou Daniel Alves é pouco comum: é de praxe que, entre o depoimento à polícia e a decisão sobre a prisão, passem pelo menos 72 horas. No caso do brasileiro, ambos aconteceram no mesmo dia.
Noite de 20 de janeiro: rescisão
O Pumas, time que contratou Daniel Alves no meio do ano passado, anunciou a rescisão de contrato por justa causa com o jogador.
Com a informação ocorrida hoje sobre o processo que enfrenta Daniel Alves, comunicamos o seguinte: o Club Universidad Nacional [Pumas] tomou a decisão de rescindir, por justa causa, o contrato com o jogador Daniel Alves a partir de hoje. Leopoldo Silva, presidente do Pumas, em entrevista coletiva
Os próximos passos
Daniel Alves vai ficar preso até a investigação terminar. Ele está na penitenciária e passou por exame médico e psicológico antes de ser encaminhado para uma cela, como é praxe com qualquer pessoa. O local de detenção é muito diferente das prisões comuns brasileiras, pois tem celas para uma ou duas pessoas, área de piscina e biblioteca, por exemplo.
A Justiça segue investigando, tomando depoimento de testemunhas, fazendo a perícia do local e avaliando os exames médicos. Há um prazo de quatro anos para concluir a investigação, mas a tendência é que toda a apuração termine antes disso.
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