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Presidente do Pumas sobre rescisão com Daniel Alves: 'Não podemos tolerar'

Colaboração para o UOL, em Aracaju

22/01/2023 16h23

O presidente do Pumas, Leopoldo Silva, falou sobre o caso Daniel Alves após o clube mexicano rescindir por justa causa o contrato do jogador, que teve a prisão provisória decretada na Espanha, na última sexta (20), acusado de agressão sexual.

"Não podemos tolerar esse tipo de conduta nem no clube nem na Universidade", afirmou o presidente do Pumas, que é ligado à Universidade Nacional Autônoma do México, ao site MedioTiempo.

Questionado se o clube tomaria alguma medida legal contra Daniel Alves, Leopoldo Silva disse que o Pumas acompanhará as investigações.

"Vamos analisar mais adiante, a depender de como se desenvolve o processo."

Entenda a acusação

O depoimento da vítima

A mulher que acusa Daniel Alves de estupro afirma ter sido trancada no banheiro da boate. Segundo o depoimento, o jogador se sentou no vaso sanitário, subiu o vestido dela e a forçou a transar com ele. O atleta também a teria jogado no chão e a obrigado a fazer sexo oral nele. A mulher teria tentado resistir e, por isso, teria sido agredida. Em seguida, Daniel Alves a teria penetrado à força antes de ambos saírem do reservado.

Não há câmeras no banheiro, mas as imagens da boate mostram que o jogador ficou cerca de 15 minutos com a denunciante no local. As imagens mostram somente a entrada dos dois em momentos diferentes e depois as respectivas saídas. A mulher procura um grupo de amigas que também estava na boate e a denúncia é feita no ato. Seguranças ainda procuram Daniel Alves, mas ele já tinha deixado a boate. A mulher, então, se encaminha para fazer exames num hospital próximo. Segundo a imprensa espanhola, o exame teria constatado lesões características de um estupro.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.