Presidente do Pumas sobre rescisão com Daniel Alves: 'Não podemos tolerar'
O presidente do Pumas, Leopoldo Silva, falou sobre o caso Daniel Alves após o clube mexicano rescindir por justa causa o contrato do jogador, que teve a prisão provisória decretada na Espanha, na última sexta (20), acusado de agressão sexual.
"Não podemos tolerar esse tipo de conduta nem no clube nem na Universidade", afirmou o presidente do Pumas, que é ligado à Universidade Nacional Autônoma do México, ao site MedioTiempo.
Questionado se o clube tomaria alguma medida legal contra Daniel Alves, Leopoldo Silva disse que o Pumas acompanhará as investigações.
"Vamos analisar mais adiante, a depender de como se desenvolve o processo."
Entenda a acusação
- O crime teria ocorrido no dia 30 de dezembro de 2022, em uma boate de Barcelona.
- Em depoimento à Justiça espanhola na última sexta (20), Daniel Alves caiu em contradição, mudou duas vezes a versão do caso e teve a prisão provisória decretada.
- As contradições do depoimento do brasileiro, além do risco de fuga em razão de uma passagem já comprada para voltar ao México, o depoimento contundente e coerente da mulher que o acusa e também exames médicos e informações policiais fizeram a juíza Maria Concepción Canton Martín decretar prisão provisória sem fiança.
- O brasileiro vai ficar preso até a investigação terminar, o que pode durar até quatro anos. Ele passou por exame médico e psicológico antes de ser encaminhado para a cela.
- A Justiça segue investigando o ocorrido, tomando depoimento de testemunhas, fazendo a perícia do local e avaliando os exames médicos. Ele pode pegar até 12 anos de prisão.
O depoimento da vítima
A mulher que acusa Daniel Alves de estupro afirma ter sido trancada no banheiro da boate. Segundo o depoimento, o jogador se sentou no vaso sanitário, subiu o vestido dela e a forçou a transar com ele. O atleta também a teria jogado no chão e a obrigado a fazer sexo oral nele. A mulher teria tentado resistir e, por isso, teria sido agredida. Em seguida, Daniel Alves a teria penetrado à força antes de ambos saírem do reservado.
Não há câmeras no banheiro, mas as imagens da boate mostram que o jogador ficou cerca de 15 minutos com a denunciante no local. As imagens mostram somente a entrada dos dois em momentos diferentes e depois as respectivas saídas. A mulher procura um grupo de amigas que também estava na boate e a denúncia é feita no ato. Seguranças ainda procuram Daniel Alves, mas ele já tinha deixado a boate. A mulher, então, se encaminha para fazer exames num hospital próximo. Segundo a imprensa espanhola, o exame teria constatado lesões características de um estupro.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
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