Jornal: Perícia encontrou novas provas que desmentem versões de Dani Alves
A perícia encontrou novas provas que reforçam a versão da vítima que acusa Daniel Alves de agressão sexual em uma boate de Barcelona no fim do ano passado.
- Segundo o jornal espanhol El Periodico, a jovem foi examinada por um médico legista após ser encaminhada a um hospital, e foram detectadas lesões compatíveis com luta e vestígios de líquido seminal.
- Ainda de acordo com o portal de notícias, a perícia também encontrou impressões digitais de Daniel Alves, confirmando o depoimento da vítima, e desmentindo o jogador.
- O El Periódico ainda revelou que surgiram novas imagens da mulher que acusa Daniel Alves de agressão sexual.
- Um policial que trabalhava na boate Sutton com uma câmera no peito, no dia que o episódio teria acontecido, gravou acidentalmente as primeiras palavras da jovem.
- Ela estava nervosa e chorando.
Versões contraditórias
Daniel Alves mudou de versão em frente à juíza do caso e se contradisse diversas vezes. Ao ter sido confrontado sobre provas apresentadas pela vítima, ele afirmou que a conhecia, mas que a relação sexual entre os dois teria sido consensual. As contradições foram fatores importantes para que a juíza decretasse a prisão provisória.
A professora de direito penal na Universidade Castilla La Mancha, Rosario Martínez afirma, em entrevista ao UOL, que a inexperiência da advogada que acompanha o jogador no caso pode ter sido prejudicial. Miraida Puente é especialista na área cível e familiar, e auxiliava Daniel e a ex-esposa, Dinorah Santana, em questões relacionadas a retirada de visto e imposto de renda. A escolha de Miraida como advogada também foi alvo de críticas.
Com tantas versões diferentes sobre o mesmo fato, ele se acusou. Ficou claro que estava mentindo. Acho que ele foi depor sem saber que poderia pegar de quatro a 12 anos de prisão. Isso foi um erro da advogada. Ele poderia ter comparecido e não depor, afinal, tem o direito de não o fazer até conhecer as acusações. A advogada foi muito mal", Rosario Martínez
Ainda de acordo com Rosario, a ida a Barcelona também foi um equívoco da defesa, se o objetivo dela fosse evitar a prisão do jogador. Se ele tivesse ficado no México, a professora afirma, não estaria preso e seria mais difícil julgá-lo.
Ninguém deixa seu cliente ir para a cadeia se puder evitar", Rosario Martínez
O que aconteceu:
- Daniel Alves está preso preventivamente desde a última sexta (20), acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona no fim do ano passado.
- Daniel Alves foi prestar depoimento sozinho na sexta. Ele deu sua versão diante da juíza Maria Concepción Canton Martín, mas caiu em contradição com relação ao primeiro depoimento.
- O Ministério Público e a defesa da mulher que denunciou a agressão sexual pediram prisão provisória e a juíza aceitou o pedido, sem direito a fiança.
- O Pumas (MEX) rescindiu seu contrato com Daniel Alves por justa causa depois da detenção.
- O brasileiro vai ficar preso até a investigação terminar. Autoridades espanholas estão tomando depoimento de testemunhas, fazendo a perícia do local e avaliando os exames médicos.
- Ele pode pegar até 12 anos de prisão se julgado culpado.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.