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Daniel Alves: Repórteres do UOL detalham entrevista de advogada de acusação

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/01/2023 16h19

Os repórteres do UOL Talyta Vespa e Thiago Arantes detalharam no De Primeira os bastidores da entrevista exclusiva que fizeram com Ester García Lopez, advogada da mulher que acusa Daniel Alves de tê-la agredido sexualmente em uma boate em Barcelona no final do ano passado. Essa foi a primeira vez que a profissional falou com um veículo de comunicação sobre o caso.

  • A advogada da jovem de 23 anos também atestou a veracidade de algumas notícias sobre o caso que estão circulando na Espanha.
  • Talyta Vespa revelou ainda que a advogada pretende levar a investigação até o fim e não tem nenhuma intenção de fazer um acordo.
  • Ester García Lopez fez apenas uma exigência aos jornalistas, que foi de não ter sua imagem revelada. Arantes explicou os motivos de tal pedido.

"Ela conversou com a gente por muito tempo, dando muita atenção e respondendo a todas as perguntas. Podíamos perguntar o que quiséssemos, só que algumas coisas ela não podia responder porque estão em segredo de Justiça. Dentro do que podia comentar, ela nos deu muitas informações, passou a versão da vítima e nos ajudou a entender como vai funcionar a argumentação da defesa", contou Arantes.

A única exigência dela foi que a imagem dela não aparecesse porque ela não quer ser identificada visualmente. Ela é uma advogada que trata de crimes de violência contra vulneráveis, mulheres e menores e não quer que, sempre que seja vista com algum cliente, as pessoas identifiquem seu rosto e saibam que aquela pessoa é vítima de algum desses crimes. Essa é a explicação de por que não temos um vídeo", disse o jornalista.

A entrevista completa com a advogada de acusação vai ao ar amanhã (26).

O que pesou para a exclusiva da advogada

Arantes acredita que a advogada escolheu conversar exclusivamente com os repórteres pela cobertura realizado pelo UOL e pelo fato de que Daniel Alves é brasileiro.

"Conseguimos o contato da advogada e Talyta entrou em contato com ela. O fato de ela ter feito várias reportagens a respeito de violência sexual e contra a mulher... A advogada demorou um dia para responder. Certamente, ela pesquisou e viu sobre como o UOL cobria esse caso, e abriu essa possibilidade para a gente. Comentei com alguns colegas depois que fizemos a entrevista e eles ficaram surpresos, porque é uma advogada que não costuma falar", acrescentou.

"Ela entendeu qual seria o contexto [da entrevista]. Pelo fato de ser para o Brasil, um país que tem muitos casos de estupro, abuso sexual e de violência contra a mulher, e por ser o país do Daniel Alves, acho que isso também contou. Ela não deu uma entrevista dessa magnitude para a imprensa espanhola", finalizou o jornalista.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.