Jornal: Polícia agiu em sigilo para prender Dani Alves após morte da sogra
A Polícia da Espanha agiu em sigilo e blindou a investigação contra riscos de vazamento até que Daniel Alves voltasse a pisar em solo espanhol. De acordo com informações do jornal espanhol "Nius Diario", as autoridades da Catalunha aguardavam a volta do jogador para informar sobre a prisão e o fizeram após a morte da sogra dele.
- Os agentes temiam que o vazamento da informação sobre a investigação faria o jogador não querer pisar em solo espanhol.
- Daniel anunciou o retorno ao México, onde atuava pelo Pumas, após as férias, logo depois de a vítima reforçar a denúncia.
- O "Mossos d'Escuadra", como se chama a polícia da Catalunha, acompanhou os movimentos do jogador e da família nas redes sociais e confirmou que eles ainda residiam no país antes de informar sobre a prisão.
- A volta à Espanha acabou sendo mais cedo do que o previsto pela saúde debilitada da sogra, que morreu na última sexta-feira. Os agentes foram informados logo que ele pisou em solo espanhol.
- Nessa altura, os investigadores já tinham o depoimento da vítima, de trabalhadores do local, de duas mulheres que estavam junto com ela, de socorristas do Hospital Clínic que atenderam a jovem e de policiais. Além disso, estavam com as imagens obtidas pelas câmeras de segurança.
Uma jovem de 23 anos alegou ter sido estuprada por Daniel Alves no banheiro de uma boate. A agressão teria acontecido em 30 de dezembro. Logo depois, o jogador voltou ao Pumas, no México.
A estratégia
Apenas 24 horas depois do ocorrido, uma jornalista do jornal espanhol "ABC" publicou a primeira informação sobre a investigação. A notícia foi anterior à declaração da vítima perante a polícia regional.
Os agentes já tinham conhecimento do fato depois do protocolo contra as agressões sexuais ter sido acionado na boate.
Dani Alves deixou Espanha entre 1 e 2 de janeiro, data em que a vítima apresentou formalmente as provas. A jovem deixou com os agentes o laudo médico e a roupa que vestia naquela mesma noite.
O Nius Diario destaca que o fato de a família de Daniel residir na Espanha tranquilizou os investigadores sobre um retorno ao país. Isso caso ele não tivesse conhecimento "da montanha de provas contra ele".
Daniel Alves está preso provisoriamente desde sexta-feira (20), depois de comparecer ao Tribunal de Justiça de Barcelona para prestar depoimento sobre as denúncias de estupro feitas contra ele. Ele já foi transferido de presídio por uma questão de segurança durante o processo, e a defesa ainda não apresentou recurso à prisão.
O caso de Daniel Alves é tratado como delicado em razão de suas contradições em depoimento, das evidências e das declarações contundentes da denunciante.
A pena pode chegar na Espanha a até 12 anos para crimes de agressão sexual com violação, o estupro. Há outros possíveis crimes em investigação.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
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