O UOL publicou hoje (25) a primeira parte de uma entrevista exclusiva com a advogada da mulher que acusa Daniel Alves de violência sexual. Segundo ela, o jogador não usou camisinha na noite do suposto crime, em Barcelona, onde Daniel está preso. No Fim de Papo, apresentado diariamente às 18h por Eduardo Tironi, a jornalista Luiza Oliveira disse que o caso será uma quebra de paradigma, mas criticou a reticência no meio esportivo em tratar o assunto.
"Esse caso é uma quebra de paradigmas, porque vem derrubando narrativas. Sempre que uma mulher denuncia um homem muito poderoso e famoso, a primeira coisa que se diz é que ela quer dinheiro e quer aparecer. Essa moça não quer mostrar o rosto, está com medo de ser identificada, e não quer receber indenização, embora seja mais do que justo, o mínimo, mesmo que não vá reparar os danos, mas ela quer justiça", analisou Luiza.
Esses argumentos vão todos por terra, e também derruba o mito de que a violência sexual é praticada por um homem que pega uma mulher no beco e a estupra. Não, estupro está em todo lugar, em todos os níveis da sociedade, é praticado muito mais por quem a vítima confia, em espaço público e privado. Então é muito grave o que está acontecendo, ainda mais quando vemos o silêncio, o UOL tem dado muito espaço para isso, mas há um incômodo no meio esportivo para falar sobre esse caso."
Juca Kfouri critica silêncio de Tite sobre caso Daniel Alves
Juca Kfouri disse que as provas contra o jogador são "muito contundentes" e criticou o silêncio do ex-técnico da seleção brasileira, Tite, sobre o caso.
"Quanto ao silêncio, esse é o silêncio dos culpados, dos cúmplices. Eu fico absolutamente perplexo que até agora o técnico Tite não tenha vindo a público e tenha dito: 'Eu me enganei, quando eu disse que Daniel Alves transcendia o futebol, eu não fazia a menor ideia que ele fosse transcender dessa forma, me arrependo profundamente de tê-lo levado'", afirmou Juca, lembrando a declaração de Tite sobre Daniel Alves na Copa do Qatar.
Juca: 'Hegemonia do Palmeiras vem para ser como não estamos acostumados'
O Palmeiras venceu o América-MG com gol nos acréscimos e foi bicampeão da Copinha. O colunista Juca Kfouri exaltou o trabalho nas categorias de base do clube e disse que a hegemonia palmeirense veio para ficar.
Estou cada vez mais convencido de que esta hegemonia do Palmeiras vem para ser uma coisa que nós não estamos acostumados a ver. Palmeiras e Flamengo parecem que estão voltados a permanecer no domínio do nosso futebol."
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
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