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Defesa de Dani Alves ganha mais tempo para recurso por liberdade provisória

Do UOL, em São Paulo

26/01/2023 10h22Atualizada em 26/01/2023 11h28

A Justiça espanhola ampliou o prazo para que a defesa de Daniel Alves apresente um recurso pedindo que o jogador responda à acusação de estupro em liberdade.

  • Os advogados de Daniel Alves ganharam mais cinco dias para apresentar o recurso;
  • Segundo informação obtida pelo UOL com representantes do jogador, como o fim de semana não entra na conta, o novo prazo vence na próxima quinta-feira, dia 2 de fevereiro;
  • O prazo foi prolongado em função de mudança na equipe que defende o jogador;
  • Daniel Alves contratou o espanhol Cristóbal Martell, advogado que já defendeu Messi e Barcelona;
  • O jogador está preso desde a última sexta-feira, dia 20, acusado de agressão sexual em uma boate de Barcelona;
  • Ele foi inicialmente levado ao Centro Penitenciário Brians 1, nos arredores de Barcelona, mas acabou transferido ao Brians 2 por questões de segurança;
  • Daniel Alves nega todas as acusações, mas mudou sua versão dos fatos por ao menos três vezes

"Quero prisão, não dinheiro"

Em entrevista exclusiva ao UOL, a advogada da vítima, Ester García López, revelou que a mulher quer Daniel Alves preso, e não ganhar dinheiro com o caso.

Ela me olhou e disse: 'Ester, eu tenho a sorte de ter boas condições de vida e não quero indenização, quero prisão'. Eu disse que ela tinha direito, apesar de não querer, mas ela permaneceu contundente. 'Se tiver dinheiro de indenização envolvido, eu não vou contratar você'.

Segundo a advogada, a mulher tem feito tratamento psiquiátrico, e feito uso de antivirais para evitar infecções sexualmente transmissíveis —uma vez que, ainda de acordo com Ester, Daniel Alves não teria usado camisinha durante o estupro. O principal desafio da advogada tem sido distanciar a mulher dos noticiários. "Tentamos preservá-la a todo custo".

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.