Jornal: 'Ele ficou me batendo no rosto', disse mulher que acusa Dani Alves
A mulher que acusa Daniel Alves de estupro disse em depoimento à polícia que o jogador 'ficou batendo em sua cara' durante a agressão sexual. A informação é do jornal espanhol ABC, que teve acesso ao depoimento da vítima.
- De acordo com o que ela contou aos investigadores, Daniel Alves fez um sinal para que ela se aproximasse de uma porta da boate;
- Acreditando tratar-se de uma outra área VIP da boate, ela foi em direção ao jogador e acabou trancada em um espaço que era o banheiro;
- Ela ficou por cerca de 16 minutos no banheiro e deixou o local depois de Daniel Alves, chorando bastante, segundo depoimento
Eu disse a ele que queria ir embora e ele respondeu que não podia sair de lá. Ele me agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei o joelho.
Resisti [ao sexo oral], mas ele era muito mais forte do que eu. Ele ficou me batendo no rosto por um tempo, eu senti como se estivesse me afogando, não porque ele estava me apertando, mas pela angústia que eu estava sentindo.
Daniel Alves está preso desde a última sexta-feira, dia 20, acusado de agressão sexual em uma boate de Barcelona. O jogador foi inicialmente levado ao Centro Penitenciário Brians 1, nos arredores de Barcelona, mas acabou transferido ao Brians 2 por questões de segurança. Ele nega todas as acusações, mas mudou sua versão dos fatos pelo menos três vezes
"Quero prisão, não dinheiro"
Em entrevista exclusiva ao UOL, a advogada da vítima, Ester García López, revelou que a mulher quer Daniel Alves preso, e não ganhar dinheiro com o caso.
Ela me olhou e disse: 'Ester, eu tenho a sorte de ter boas condições de vida e não quero indenização, quero prisão'. Eu disse que ela tinha direito, apesar de não querer, mas ela permaneceu contundente. 'Se tiver dinheiro de indenização envolvido, eu não vou contratar você'.
Segundo a advogada, a mulher tem feito tratamento psiquiátrico, e feito uso de antivirais para evitar infecções sexualmente transmissíveis —uma vez que, ainda de acordo com Ester, Daniel Alves não teria usado camisinha durante o estupro. O principal desafio da advogada tem sido distanciar a mulher dos noticiários. "Tentamos preservá-la a todo custo".
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
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