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Ex-presidente do Barça fala de vida na prisão: 'dão camisinha e vaselina'

Sandro Rosell - Albert Gea/Reuters
Sandro Rosell Imagem: Albert Gea/Reuters

Do UOL, em São Paulo (SP)

01/02/2023 12h55

Sandro Rosell ficou 645 dias preso preventivamente acusado de fraude, parte desse tempo na prisão de Brians 2, onde hoje está Daniel Alves. Ele foi absolvido das acusações e está livre hoje.

Em entrevista ao programa "Viajando com Chester", do jornalista espanhol Risto Mejide, o ex-cartola contou detalhes de como foi o período encarcerado, inclusive a vida sexual na prisão.

"Já ouvi falar que quando se chega na prisão, te dão um pacote de preservativos e vaselina, ai eu te pergunto: para quê?", pergunta o jornalista. Rosell responde:

Há necessidades das quais o ser humano não pode abrir mão mesmo atrás das grades. Sim. Tem muita relação homossexual na cadeia, mas até de gente que não é homossexual"

  • Rosell no Barça deixou o Barcelona em 2014 depois de ser acusado de fraude fiscal na polêmica contratação de Neymar, em 2013;
  • O dirigente foi inocentado após um acordo entre a diretoria do Barça e a Justiça para que a pena fosse assumida pelo clube como pessoa jurídica.
  • Ele também foi alvo de investigação por causa da sua participação na empresa Ailanto, que em 2008 foi responsável pela organização do amistoso entre Brasil e Portugal. Tal empresa teria recebido R$ 9 milhões pelo trabalho na partida;
  • A suspeita é superfaturamento com passagens aéreas da delegação brasileira, hotéis para jogadores de ambas as equipes e contratação de outros serviços.

Agressões na prisão

"Eles me ameaçaram algumas vezes, mas meus companheiros imediatamente vieram em minha defesa. Eles iam me bater. Um por ser presidente do Barça e outro por ser catalão. Aconteceu comigo uma vez em Madrid e outra em Barcelona , mas ambas as vezes Eles me protegeram sem que eu pedisse"

"Um detento me disse que eu teria que pagá-lo sempre que ele pedisse até ele querer ou me arrebentaria, mas os meus colegas apareceram e impediram-no"

Diferenças entre as prisões de Barcelona e Madri

"No Barcelona fiquei muito amigo de um patrão cigano que era torcedor do Barça. Então, lá quem me ameaçou era um cigano. O patrão disse lhe quatro palavras e tudo parou"

"Na prisão de Soto del Real, em Madri, os presos colombianos foram os que mais o defenderam. Cheguei a ver um detento enfiar uma estaca de madeira em outro por que lhe devia uma Coca-Cola."

Sobre a vida na prisão, ele revela que podia ver a família duas vezes por mês, que "o tabaco é a moeda de troca" e que "a prisão é cinza e um pouco velha, mas ao mesmo tempo você descobre muita humanidade, é é um contraste constante de emoções, de cores, de tristeza, de riso mesmo. Sempre tentei ser muito cerebral, não me lembrava de ter chorado em toda a minha vida e aí chorei várias vezes e com muco, depois me senti melhor ".

Veja o momento da revelação de Rosell:

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