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Imagem de tênis na porta do banheiro pode decidir futuro de Daniel Alves

Talyta Vespa e Thiago Arantes

Do UOL, em São Paulo e colaboração em Barcelona (ESP)

04/02/2023 14h51

Um par de tênis brancos, captado pelas câmeras do circuito interno da discoteca Sutton, de Barcelona, tornou-se fundamental no caso Daniel Alves. O lateral-direito é acusado de agressão sexual por uma mulher de 23 anos. Ele está preso provisoriamente desde 20 de janeiro.

O par de tênis é importante porque seria a prova de que o brasileiro estava na porta do banheiro da área VIP em que a denunciante afirma que foi estuprada e agredida por ele.

A mulher que acusa Daniel Alves disse em depoimento à Justiça que foi chamada por ele para o local, sem saber que se tratava de um lavabo.

A defesa do jogador alega, em recurso apresentado na segunda-feira, que ele entrou no banheiro 1min36s antes da mulher, e que ela foi até o local por vontade própria. O UOL teve acesso ao documento em que o advogado Cristóbal Martell também diz que foi a denunciante que abriu e fechou a porta do banheiro. "As imagens falam por si só. Foi assim", escreve Martell.

Por que o vídeo pode mudar o caso

A imagem seria suficiente, segundo uma fonte ouvida pelo UOL, para desmentir o depoimento de Daniel Alves e as alegações do recurso. No documento, a defesa afirma que "a denunciante vai até a porta e entra sem que Daniel Alves indique o caminho ou abra a porta". No vídeo, segundo a mesma fonte, é possível ver o par de tênis ao lado da entrada do banheiro.

Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, a defesa do brasileiro alega que o par de tênis pertence a outro cliente e está refletido por um espelho. Na semana que vem, será feita uma perícia do vídeo, na tentativa de identificar se eles seriam de Daniel Alves ou fruto de uma ilusão de ótica pelo reflexo.

De acordo com as imagens, Daniel Alves e a denunciante ficaram 16 minutos no banheiro da discoteca. Por questões de privacidade, não há câmeras no interior do local.

O que disse quem acusa Daniel Alves

A mulher de 23 de anos disse em seus depoimentos -à polícia e à juíza- que não sabia que o local onde entrou com o jogador era um banheiro. Ela afirmou que, ao perceber que se tratava de um banheiro, tentou sair, mas foi impedida por ele.

Em seus depoimentos à Justiça na sexta-feira (3), uma amiga e uma prima da denunciante, que estavam com ela no dia 31 de dezembro na discoteca, também disseram que não sabiam que a área VIP tinha um banheiro privado.

Uma delas afirmou em seu depoimento que pensou tratar-se de um fumódromo. A outra disse que, quando precisou ir ao banheiro, saiu da área VIP e foi ao lavabo de uma das pistas da discoteca.