Palmeiras x Santos no Morumbi abre debate na FPF sobre fim da torcida única
Há dentro da Federação Paulista de Futebol a percepção de que o clássico entre Palmeiras e Santos que aconteceu neste sábado (4), no estádio do Morumbi, pode ser o ponto de partida para a rediscussão da medida que determina torcida única nos jogos entre rivais estaduais em São Paulo.
O UOL conversou com pessoas de diferentes departamentos da entidade que traçaram um quadro de animação interna pela realização do clássico com mando do Palmeiras no estádio do São Paulo. A ideia é de que é saudável normalizar outra vez esse intercâmbio e valorizar o clima predominante de paz. A partir daí, mobilizar o tema da volta dos visitantes nos jogos entre rivais.
Torcida única existe desde 2016
Uma briga entre corintianos e palmeirenses que levou à morte de uma pessoa em 2016 fez o Ministério Público solicitar à FPF que os clássicos envolvendo Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo tivessem apenas torcedores do time mandante. Depois, isso se estendeu também para partidas que envolvessem Guarani e Ponte Preta.
O pedido do MP à FPF é renovado anualmente desde então, sempre no mês de novembro do ano anterior. A medida resistiu até mesmo à decisão de 2021 da CBF de liberar torcedores visitantes em jogos do Campeonato Brasileiro em meio à pandemia. São Paulo segue como a única exceção.
A real eficácia da torcida única é discutida até mesmo por grupos de estudo da própria FPF, especialmente depois de episódios de violência em jogos da Copa São Paulo de Juniores de 2022 sem a presença de torcedores visitantes. O objetivo da polêmica medida é reduzir a violência.
Clássicos no Morumbi não são novidade
O Palmeiras já atuou como mandante no Morumbi mais de cem vezes. São 138 partidas, já com a vitória por 3 a 1 sobre o Santos que ocorreu no estádio do São Paulo porque o Allianz Parque está alugado para um evento. O Morumbi já recebeu 24 clubes como mandantes além do Tricolor, inclusive os rivais regionais Palmeiras, Corinthians e Santos.
Palco de grandes clássicos nas décadas passadas, o Morumbi perdeu essa predominância na capital com a inauguração do Allianz Parque e a construção da Neo Química Arena. Tanto é que houve protestos firmes de torcedores e conselheiros do Palmeiras sobre o aluguel do Morumbi para o jogo deste sábado.
Ainda no Paulistão, o São Paulo deve usar o Allianz Parque como contrapartida do aluguel do Morumbi. É mais uma notícia que anima alas da FPF, que veem esse intercâmbio como uma nova demonstração de que o convívio entre torcedores rivais pode ser pacífico. No começo da próxima semana, o São Paulo vai fazer uma vistoria no Morumbi para avaliar se houve danos em cadeiras e estruturas internas, por exemplo. Se houver, o Palmeiras arca com o custo.
Empresas patrocinadoras dos clubes e do Paulistão também enxergam o intercâmbio como positivo, porque conseguem expor suas marcas para públicos diferentes. O público de Palmeiras x Santos no Morumbi foi de 49.241 pessoas.
O que precisa para torcida única acabar?
Existem grupos de pessoas dentro da Federação Paulista que desejam colocar em discussão o fim definitivo da torcida única. Ou uma abertura parcial para entrada de torcedores visitantes em clássicos. Os seis clubes envolvidos também querem mobilizar o assunto, mas a decisão precisa partir do Ministério Público, que é quem orienta a FPF sobre a media.
Até o momento não há nada concreto sobre o fim da torcida única nos clássicos em São Paulo, mas o clássico pacífico entre Palmeiras e Santos no Morumbi pode ser o pontapé inicial de um debate revolucionário.
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