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Por que Daniel Alves continua no FIFA 23 mesmo preso por agressão sexual?

Daniel Alves durante Camarões x Brasil pela Copa do Mundo 2022 - Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images
Daniel Alves durante Camarões x Brasil pela Copa do Mundo 2022 Imagem: Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images

André Martins e Thiago Arantes

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo e em Barcelona

06/02/2023 16h47

Diferentemente de outros jogadores que foram acusados de agressão sexual, Daniel Alves continua presente no modo Ultimate Team do FIFA 23. É pouco provável que a carta do lateral brasileiro seja removida do jogo da Electronic Arts (EA) devido a um contexto específico.

Em conversa com o UOL, um colaborador da desenvolvedora do game de futebol explicou que a exclusão não seria necessária porque a carta do jogador disponível no FIFA 23 não pode mais ser adquirida em pacotes por usuários. Trata-se de uma carta da versão limitada 'World Cup Stories', feita com base nos jogadores que disputaram a Copa do Mundo do Qatar.

Além disso, Daniel Alves atuava pelo Pumas (MEX) antes de ser preso preventivamente na Espanha, e a atual edição do FIFA não possui licenciamento com a liga mexicana. Portanto, ele não tem uma carta no modo sem ser a da edição da Copa, com 88 de avaliação geral, e os únicos exemplares existentes são os que foram liberados durante o torneio.

dani alves - Reprodução/Futbin - Reprodução/Futbin
Carta de Daniel Alves no FIFA 23
Imagem: Reprodução/Futbin

No entanto, a carta especial do lateral direito continua ativa e pode ser comercializada internamente pelos usuários do game. De acordo com os sites especializados Futbin e Futwiz, o valor de mercado da carta é de 145 mil moedas.

A manutenção da carta de Daniel Alves não segue um padrão visto em casos semelhantes pela EA. Depois que Benjamin Mendy, do Manchester City, e Mason Greenwood, do Manchester United, foram acusados de estupro, a desenvolvedora removeu as cartas de ambos do FIFA.

Prisão e dívidas diminuem patrimônio de Daniel Alves

O caso Daniel Alves

Daniel Alves está preso preventivamente na Espanha desde 20 de janeiro, acusado de ter agredido sexualmente uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona no final do ano passado. O crime teria ocorrido em 30 de dezembro.

Após a prisão, o Pumas rescindiu o contrato com o brasileiro por justa causa.

Na semana passada, a defesa de Daniel Alves entregou um recurso para que o jogador seja investigado em liberdade. O pedido ainda não foi avaliado, mas o Ministério Público da Espanha se opõe ao recurso e a acusação tem até o dia 9 de fevereiro para contestar o documento.

Ainda não há data para o julgamento. Ele pode pegar até 12 anos de prisão se for julgado culpado no caso.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.