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Vídeo do Brasil inflamou vestiário do Al Hilal antes de jogo contra o Fla

Do UOL, em Tânger

08/02/2023 04h00

Uma semente, plantada na coletiva oficial da Fifa na véspera do jogo, se espalhou nas redes sociais árabes e serviu combustível para os jogadores do Al Hilal, da Arábia Saudita, para a vitória por 3 a 2 pela semifinal do Mundial do Marrocos.

Um vídeo de um repórter brasileiro falando sobre o Al Hilal foi legendado e viralizou na Arábia Saudita. Os torcedores consideraram que o comentário menosprezava o time árabe, que jogaria no dia seguinte contra o Flamengo.

A frase dizia que uma derrota seria um vexame e o time árabe era ruim: "Basicamente é: se o Flamengo não passar do Al Hilal na próxima terça-feira, vai ser um vexame daqueles, porque esse time [Al Hilal] é muito ruim".

O vídeo foi mostrado no vestiário do Al Hilal como arma para motivação. Os jogadores do time árabe admitiram que se incomodaram.

Jornalistas brasileiros estão sendo ameaçados

Cuellar, hoje no Al Hilal e ex-Flamengo, disse que se sentiu desrespeitado. "Principalmente a mim, mexeu um pouco, pois acho que foi um pouco desrespeito com os profissionais do futebol que estão no dia a dia tentando melhorar o futebol árabe, que tem demonstrado no mundial que tem crescido muito. Foi um pouco desrespeitoso, mas mesmo assim entramos com muito respeito ao Flamengo, à qualidade que tem o elenco, e demonstramos que futebol se torna cada vez mais competitivo e que merecidamente estamos na final do Mundial".

Na coletiva oficial da Fifa, antes da partida, o assunto já tinha gerado um climão: um repórter árabe citou indiretamente o episódio nas entrevistas do Flamengo e do Al Hilal. O repórter foi questionado por colegas e só depois revelou o vídeo que o que havia motivado seu questionamento.

Repórter do vídeo que viralizou está sendo atacado nas redes sociais. Ele pediu à reportagem que não publicasse seu nome para não aumentar a polêmica.

Outros jornalistas brasileiros estão sendo atacados, como Eduardo Tironi, do UOL. A torcida do Al Hilal também encontrou vídeos dele analisando a semifinal, mas não foi o vídeo dele que foi usado no vestiário do time árabe. "Estou recebendo xingamento em árabe e colocando no Google tradutor há 30 horas. Antes e depois do jogo. Estão falando: 'Você vai queimar no fogo do inferno'".

Gabigol, do Flamengo, disse que internamente o elenco não menosprezou o rival: "O favoritismo vem de fora, nunca esteve aqui dentro. Acho que poderíamos ter feito melhor. Não quero arrumar muletas, mas é o início de trabalho. Era o nosso maior sonho, o que faltava para gente. Vai ser uma noite longa, difícil, mas de aprendizados. Nesse momento aparecem os homens. Amanhã já vamos começar a trabalhar para plantar coisas novas e ser campeões".

Maior vexame da história do Flamengo

"Acho que empata com o do Cabañas (em 2008, Flamengo 0x3 América-MEX pela Libertadores). Mas como é mais recente, passa a ser esse o maior. Uma vergonha inacreditável", disse Renato Mauricio Prado.