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Santos: Soteldo teve lesão inédita no futebol e comum em halterofilistas

Soteldo, do Santos, teve rara lesão e passou por cirurgia - Reprodução
Soteldo, do Santos, teve rara lesão e passou por cirurgia Imagem: Reprodução

Do UOL, em Santos (SP)

11/02/2023 04h00

O meia-atacante Yeferson Soteldo, do Santos, teve uma rara lesão nunca antes relatada no futebol do Brasil ou do mundo.

O venezuelano foi diagnosticado com uma ruptura total do tendão do músculo peitoral esquerdo e passou por cirurgia. O tendão se descolou do osso chamado úmero e precisou ser recolocado em procedimento realizado no último sábado (4), no Hospital Albert Einstein.

A lesão, inédita no futebol, é mais comum em halterofilistas. Os praticantes forçam o músculo e muitos tomam anabolizantes, enfraquecendo os tendões do peitoral. A recuperação varia de paciente para paciente, mas demanda no mínimo três meses de tratamento.

A cirurgia de Soteldo foi feita pelo doutor Benno Ejnisman, ortopedista e especialista em traumatologia esportiva. Ele já vez diversos procedimentos em halterofilistas que vêm do Brasil todo para operar em São Paulo. A intervenção no atacante do Santos foi rápida e considerada um sucesso.

Diagnóstico importante

Soteldo sentiu a lesão na partida contra a Ferroviária, no dia 28 de janeiro. Em um primeiro momento, o Santos avaliou a possibilidade de luxação no ombro. Na sequência, chegou ao diagnóstico de problema no peitoral.

O Peixe entendia que a lesão havia sido causada por um tranco no ombro antes da queda. Soteldo, então, explicou que a dor começou depois de um carrinho que gerou cartão amarelo no segundo tempo.

Ao dar o carrinho, Soteldo estica demais os braços e sente algo. Ele gesticulou com o árbitro, pediu desculpas ao adversário e depois a dor piorou, quando ele começa a segurar o ombro e pede substituição. O Santos entende que o caso foi uma "zebra": força específica em um local específico, coisa que ocorre raramente na medicina.

Na noite de sábado para domingo, o Santos descartou a luxação com uma ressonância magnética de ombro. Entre domingo e segunda-feira, o inchaço diminuiu, Soteldo começou a soltar o braço, explicar melhor os lances e foi possível ver que o problema poderia estar em outro local. A ressonância de peito confirmou a rara lesão no peitoral. Na quinta-feira, o departamento médico do Peixe anunciou a cirurgia.

No futebol tudo é esperado "para ontem", mas o Santos ficou feliz com o rápido diagnóstico diante da complexidade da situação. Se o problema no peitoral demorasse mais a ser identificado, o tendão poderia retrair e haveria necessidade de enxerto, com o uso de tecido do banco do hospital ou de outra parte do corpo de Soteldo.

O departamento médico do Santos e o doutor Benno Ejnisman devem fazer uma publicação científica sobre esse caso inédito de Soteldo. Curiosos, profissionais de outros clubes do Brasil procuraram o Peixe para entender melhor a situação.

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