Ceni vê maior apoio da torcida do São Paulo como reflexo da pandemia
Após a vitória por 3 a 1 sobre o Santos hoje (12), o técnico Rogério Ceni destacou a participação da torcida do São Paulo, que compareceu em bom número ao Morumbi apesar da forte chuva durante a oitava rodada do Campeonato Paulista.
Já joguei para 300, 900 pagantes aqui. O pós-pandemia mudou bastante. As pessoas aproveitam, desfrutam mais disso. O momento difícil, às vezes, aproxima o torcedor. Ganhar sempre também chama muito"
disse Ceni, em coletiva de imprensa pós-jogo.
Desempenho do time: Jogo difícil de avaliar quando se tem um campo tão encharcado. Fomos bem na bola parada e, com a expulsão, ficou decidido. A vantagem numérica não se reflete em girar a bola com velocidade. Ficamos com ela e controlamos o jogo no segundo tempo. Uma pena o gol sofrido. O Beraldo foi o melhor jogador em campo, uma pequena acontecer aquela bola.
Atuação do Galoppo: jogou mais adiantado. Temos que jogar em uma posição que ocupe menos. Ele gosta de jogar mais próximo do gol, tem cinco na temporada. Esteve junto do Calleri na frente e é a posição que mais se adapta. Ele pode ter sequência, como pode ficar fora. O Neves ficou fora hoje, não pudemos colocar pelo número de estrangeiros, mesmo sem ter 20 atletas de linha.
Lesões: Quando se tem lesões por trauma, como Ferraresi, Rafinha, Diego e vários jogadores, a possibilidade dos outros se lesionar é melhor. Sem eles para treinar, os demais jogadores estão exaustos. O sistema de defesa praticamente não tem trocas. Alguns só voltam na metade do ano, outros depois. Não é simples contratar alguém do dia para noite, aí tem repetir. Campo encharcado contra a Ferroviária, hoje, contra o Corinthians... Temos várias trocas em algumas posições, como primeiro volante, mas poucas em outras. Quem tem mais sequência vai se lesionando em detrimento dos outros, que tiveram lesões com cirurgia. A tendência, se repetir os jogadores, é que mais lesões apareçam.
Formação tática: Se tivemos os jogadores no DM com chance de treinar antes dos jogos decisivos, teremos um time que vai te entregar mais. Se não tiver, a tendência é oscilar mais. Só vai melhorar quando tivermos todos. Olha a defesa que acabou o jogo, completamente nova, nunca treinou junto. Vou mentir se disser que não espero oscilação. Eu não consigo treinar a defesa. Se eu tiver 7, 8 jogadores para trabalhar amanhã é muito. Nesse momento, conseguimos treinar alguns setores, não o time como um todo. Temos que tentar classificar e depois tentar um time mais inteiro, pois há chance de ficar para trás. Assumimos o segundo lugar geral, que é algo importante, para tentar decidir até a semifinal em nossos domínios.
Entradas de Luan e Belém: É cedo para colocar o Belém dentro de campo, subiu há dias. Não há a preparação necessária. Era um momento bom para ele entrar, em uma situação conveniente. O Alan Franco estava reclamando de dores e eu não poderia perder. Estamos no limite. Como tem espaçamento de uma semana, estamos tentando recuperar jogadores. Se não conseguir ter mais opções no elenco, a chance é que as lesões continuem acontecendo. O Luan tem qualidade para jogar. No 10 contra 8 pode estar mais adiantado e fez um belo gol de fora da área. Não está pronto para jogar 90 minutos, mas briga para jogar. Tem a questão contratual, no São Paulo não se utiliza jogadores em fim de contrato.
Prioridade do São Paulo: Para nós, é o paulista, pois é a única competição que a gente joga nesse momento. Esperávamos já ter alguns jogadores prontos na pré-temporada e não contávamos com tantas lesões. Não colocaria a culpa no DM. A maioria é de fatalidades e as outras em detrimento do excesso de jogos que os demais fazem. Não temos tantas alternativas, temos muitos garotos. Vamos tentar classificar, em primeiro lugar do grupo, com o máximo de pontos possíveis, e tentar recuperar os jogadores. Aí sim, montar um time para os jogos decisivos, onde não podemos oscilar.
Méndez de primeiro volante: Isso deve ter sido um erro de avaliação meu. Ele tinha muita intensidade para jogar, mas nos Estados Unidos o número de jogos é a menor. Pode evoluir na parte física, mas tem uma sensibilidade de jogo muito boa. Sempre imaginei que o faria em um segundo volante, o primeiro já tinha. Hoje vejo que ele rende bem mais como primeiro. E os segundos são escassos.
Trocas: Com as 5 substituições, times que têm um banco forte levam a melhor sobre outras. Principalmente com jogadores que executam mais de uma função. Meu time sempre pressionar mais alto e as posições da frente e os laterais se desgastam mais. O primeiro volante deve ter energia para começar e terminar. O Luan é difícil neste momento. Se ele tiver condições e tiver alinhado com a permanência no São Paulo, podemos utilizar mais tempo.
Perfil do torcedor: Os tempos mudaram muito. Já joguei para 300, 900 pagantes aqui. O pós-pandemia mudou bastante. As pessoas aproveitam, desfrutam mais disso. O momento difícil, às vezes, aproxima o torcedor. Ganhar sempre também chama muito. Essa relação, mesmo na dificuldade, ela foi o maior ganho que o clube teve. Ver o quanto ele é importante para gente. Ás vezes não conseguimos entregar o que eles esperam, aí entra a parte financeira. Claro que ele quer que vença, mas no âmbito geral, essa presença é o maior ganho em jogos até mesmo sem grande valor em um campeonato.
Bola parada: temos trabalhado a bola parada em todos os jogos. O Rato é melhor batedor, foi um dos motivos que ele veio. Tentamos melhorar e acho que estamos, também defensivamente. Depende muito da altura dos cabeceadores e de quem está em campo. O Rato tem feito a diferença para nós. Ele não vai poder jogar todos os jogos, temos que tentar criar um outro jogador que se aproxime da batida dele. O jogo, como estava hoje, tinha grandes chances de vencer ou perder nesse tipo de jogada.
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