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Palmeiras se prepara para disputa acirrada à presidência do conselho

Leila Pereira, presidente do Palmeiras - Cesar Greco
Leila Pereira, presidente do Palmeiras Imagem: Cesar Greco

Do UOL, em São Paulo

13/02/2023 04h00

O resultado da eleição para 90 integrantes do Conselho Deliberativo do Palmeiras, no pleito realizado no último sábado (11), na avaliação das alas da situação e oposição, confirmou as expectativas e agora a projeção para a escolha do novo presidente do órgão aponta para uma disputa muito acirrada.

Das 90 vagas, a chapa Palestra, alinhada à situação, que, curiosamente, não tem como grande articuladora a presidente Leila Pereira, ficou com 44 cadeiras.

Ligada aos ex-presidentes Mustafá Contursi e Paulo Nobre, a chapa Todos Palmeiras obteve 29 cadeiras, enquanto a UVB (União Verde e Branco), um grupo de centro com tendência a ser da situação, que é comandado pelo conselheiro Wlademir Pescarmona, ficou com 17 vagas.

Essa eleição ao Conselho Deliberativo teve mais vagas pela primeira por causa da mudança estatutária, que reduziu o número de cadeiras vitalícias e ampliou os cargos rotativos. Antes, o Palmeiras renovava metade dos postos, ou seja 76 conselheiros, a cada dois anos.

Em março, ainda sem data confirmada, os conselheiros irão escolher o novo presidente do órgão, e isso vem cercado de grande expectativa desde o ano passado, quando o atual presidente, Seraphim Carlos Del Grande, avisou que não concorrerá à reeleição.

Com ótimo trânsito em todas as alas da política alviverde, Del Grande teria grandes chances de ser reeleito. Conselheiros ouvidos pelo UOL Esporte disseram que a decisão é irredutível, mas alertam que, em política, até o dia do término das inscrições dos candidatos, 15 dias antes da eleição, tudo pode acontecer.

Se for dessa forma, a situação aponta para a candidatura do vice-presidente do Conselho Deliberativo, Alcyr Ramos da Silva Júnior, que não tem o mesmo cacife político de Seraphim.

Esse é um dos fatores que animam a oposição, afinal, na eleição de 2021, Mario Giannini perdeu a eleição por 129 votos a 114. Outro ponto é que a presidente Leila Pereira é vista como figura distante da política do clube e que só domina o conselho por causa do seu poderio econômico.

Para se ter uma ideia, Seraphim confidenciou a conselheiros que "dificilmente a situação venceria a eleição à presidência". Isso, porém, foi antes de Leila revelar a compra de um avião que servirá para facilitar a logística do time de futebol.

Além disso, o futebol, um dos termômetros da política do clube, segue muito bem obrigado e, neste ano, ganhou a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Supercopa do Brasil e lidera com folga o Campeonato Paulista.

Entretanto, a presidente irritou alguns conselheiros ao dizer de novo, que viram tom de ameaça, após a entrevista ao colunista do UOL Danilo Lavieri, no início do mês, que poderia ter "pulverizado o patrocínio" em outro clube, que começou em 2015, mas preferiu ser parceira apenas do Palmeiras.

A situação tentou convencer o ex-presidente Maurício Galiotte a entrar na disputa, mas ele tem outros planos. O seu desejo político é comandar uma futura liga dos clubes da Série A.

Para transformar o sonho em realidade, a oposição admite que, primeiro, precisa aparar as arestas internas e chegar ao consenso em torno de uma candidatura, o que, no momento, não é uma tarefa muito simples.

Isso porque ao menos cinco conselheiros se acham preparados para encarar a disputa. Caso mais do que um deles se candidate, avaliam os oposicionistas, é dar de bandeja a vitória para a situação.

Artilheiro fora

Segundo maior goleador da história do Palmeiras e com quatro mandatos como conselheiro, César Maluco teve apenas quatro votos pela chapa UVB e não foi eleito.

Dos novos conselheiros destacam-se o vereador paulistano do PT Senival Pereira de Moura, o jornalista e apresentador da TV Record Reinaldo Gottino, eleitos pela chapa Palestra, Diego Ferraz Zupo, o mais votado da UVB, que é ligado à torcida Mancha Alviverde.

Pela oposição, apesar de ser o quinto mais bem votado na chapa Todos Palmeiras, Bruno Frizzo, filho do ex-vice-presidente Roberto Frizzo, é um nome que a oposição vê como conselheiro de futuro para aglutinar as forças do grupo.

O mesmo vale para o terceiro mais votado da chapa, Domingos Giannini Neto, irmão de Mario Giannini, que também já ocupou os cargos de diretor de futebol e vice-presidente do Verdão.

O mais votado na disputa foi David Guilherme Menani, da chapa Palestra, que teve 115 votos.