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CBF espera amistoso para confirmar interino e Ramon dá pista: 'Deu certo'

Ramon Menezes, técnico da seleção sub-20 do Brasil - Thais Magalhães/CBF
Ramon Menezes, técnico da seleção sub-20 do Brasil Imagem: Thais Magalhães/CBF
Igor Siqueira e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

15/02/2023 04h00

A CBF aguarda a oficialização do próximo amistoso da seleção brasileira para anunciar o técnico interino. Ramon Menezes é a bola da vez.

A entidade pretende fechar hoje (15) os detalhes da partida. Marrocos é um dos possíveis adversários do Brasil. Esse é o passo que antecede o comunicado de quem treinará a equipe nesse compromisso, que será agendado para 25 ou 26 de março.

Ramon se reuniu com o presidente Ednaldo Rodrigues ontem (14) à noite. Na saída da CBF, o campeão do Sul-Americano sub-20 deu um sorriso constrangido porque não quis antecipar explicitamente a decisão do chefe. Mas ela já fora indicada horas antes pelo próprio cartola: Ednaldo falou que "possivelmente" Ramon seria o interino. Como dica, o técnico limitou-se a dizer ao UOL: "Deu certo".

Por que interino

A seleção terá um interino porque não fechou em definitivo com um técnico para substituir Tite, que deixou o cargo após a Copa do Mundo. O italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, é o alvo preferido da CBF e pode ficar disponível apenas no meio do ano.

Ednaldo Rodrigues já admitiu ontem que não dá tempo de contratar o técnico desejado a tempo de comandar a seleção na próxima data Fifa. O cenário também influencia a decisão da CBF de marcar só um jogo em março, dando mais tempo para treinos, reduzindo período de viagem durante o período em que a delegação estará reunida.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF - Rafael Ribeiro - Rafael Ribeiro
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF
Imagem: Rafael Ribeiro

Do aeroporto à carona

A jornada de Ramon foi longa ontem. Eram 6h quando aterrissou no Rio o avião com a delegação brasileira campeã do Sul-Americano Sub-20. Na Colômbia, Ramon Menezes ganhou ainda mais moral na CBF ao conduzir os garotos à vaga no Mundial da categoria e conquistar o troféu para o Brasil, algo que não acontecia desde 2011.

Ainda sem dormir direito por causa do voo noturno, Ramon desembarcou com um discurso que transparecia esperança pela oportunidade que se aproxima de treinar a seleção principal. Ainda que seja por um jogo.

Em um tom que flerta com o protocolo, disse: "É uma honra, um privilégio sempre vestir a camisa da seleção brasileira, sou funcionário da CBF". Nas entrelinhas, deixou claro que gosta da ideia e que Ednaldo tem liberdade para entregar a ele qualquer "missão" que desejar.

Mesmo depois de uma campanha de 40 dias de trabalho com a seleção - entre treinos na Granja Comary e os jogos em solo colombiano -, Ramon deu expediente na CBF. Estava lá no início da tarde quando os presidentes dos clubes da Série A saíam do restaurante para a sala de reuniões na qual definiram as diretrizes para a competição. Ramon transitou no corredor e conversou com alguns deles.

Apesar do cansaço, o técnico de 50 anos parecia leve. Na noite anterior, os olhos se encheram de lágrimas por causa do primeiro título desde que foi contratado por Ednaldo na CBF — uma das primeiras medidas do dirigente após vencer uma conturbada eleição, em março de 2022. Alívio.

Os jogadores voltaram da Colômbia elogiando o chefe. E um ponto mencionado pelo meia Marlon Gomes casa com o que Ednaldo Rodrigues quer para a seleção brasileira — ainda que seja por um jogo:

"Sempre foi bem claro o desejo dele de jogar para frente, de se impor como seleção brasileira. Todo mundo comprou a ideia do trabalho", contou.

Por volta de 20h30, Ramon deixou a CBF no banco do carona de um carro. O "deu certo" reduz o suspense sobre os próximos passos na carreira, cujo escopo também tem o Mundial Sub-20, em maio.