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Seleção de Ramon tende a ser mais jovem e defensiva do que era com Tite

Ramon Menezes durante Brasil x Uruguai do Sul-Americano sub-20 no domingo (12) - Rafael Ribeiro/CBF
Ramon Menezes durante Brasil x Uruguai do Sul-Americano sub-20 no domingo (12) Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Do UOL, em São Paulo

16/02/2023 04h00

Ramon Menezes mostrou em um ano de trabalho na seleção brasileira sub-20 conceitos de trabalho que apontam a tendência de um time mais defensivo no amistoso de março contra Marrocos em que ele será o treinador interino da seleção principal.

Pelo menos um jogador campeão sul-americano sub-20 neste mês deve ter espaço na convocação. Há um processo de rejuvenescimento da seleção depois da Copa do Mundo do Qatar que indica chances para nomes como Andrey (Chelsea) ou Vitor Roque (Athletico-PR).

Ramon terá liberdade para convocar tanto jogadores, quanto profissionais de comissão técnica. O presidente da CBF Ednaldo Rodrigues e a diretoria da entidade manifestaram a ideia de não interferir em decisões técnicas. Como o futuro treinador da seleção ainda não está definido, o interino terá toda a responsabilidade sobre o jogo agendado para 25 de março.

Na sub-20, mais individual do que coletivo

Em campo, a seleção com Ramon tende a ser mais defensiva do que nos últimos meses sob o comando de Tite. O técnico mostrou no Sul-Americano sub-20 grande preocupação com a defesa, tirando o máximo de espaço dos adversários e dando responsabilidades defensivas para os jogadores de ataque. É um time que faz gols a partir de roubadas de bola no ataque.

O Brasil sofreu só quatro gols em nove partidas com vários pedaços de jogos em que defendeu perto de sua área e usou a imposição física dos zagueiros como importante recurso.

No Sul-Americano sub-20, o Brasil também teve alguns jogos com baixa produção ofensiva, como o primeiro tempo contra o Uruguai e os duelos contra Colômbia e Paraguai já no hexagonal final. A base do time foi o esquema tático 4-3-3, mas com variações para estratégias como o 4-5-1.

Ramon - Rafael Ribeiro/CBF - Rafael Ribeiro/CBF
Ramon Menezes cumprimenta Ednaldo Rodrigues na sede da CBF, em encontro realizado ontem (15)
Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Há a impressão de que os destaques individuais do Brasil fizeram mais diferença no torneio do que o funcionamento coletivo e por isso o time teve problemas para controlar mais o ritmo dos jogos e em muitos momentos deixou o centroavante Vítor Roque isolado, recebendo só bolas esticadas.

Como a CBF vê o trabalho de Ramon

Apesar desta impressão, a avaliação do trabalho de Ramon é muito positiva dentro da CBF. Afinal, a seleção foi campeã do Sul-Americano, conseguiu vaga no Mundial sub-20 e ficou marcada como melhor ataque e melhor defesa do torneio.

Além disso, a relação com comissão, estafe e elenco, o comportamento estudioso, o grande conhecimento dos jogadores e seleções adversários e a dedicação para que brasileiros talentosos fossem também competitivos foram pontos elogiados internamente.