Manipulação na Série B: Suspeito é solto após cinco dias de prisão em SP
O empresário Bruno Lopez de Moura foi liberado neste domingo (19), após cinco dias preso sob suspeita de manipular resultados da Série B do Campeonato Brasileiro.
A Justiça aceitou um pedido de habeas corpus da defesa, pois concluiu que a liberdade do investigado não prejudica a investigação. A decisão liminar é do desembargador Edison Miguel da Silva, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
Ele estava desde terça-feira (14) sob prisão temporária, que tinha prazo de cinco dias e venceu justamente hoje, e o suspeito deixou o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de São Paulo. Bruno Lopez de Moura foi o único preso pela Operação Penalidade Máxima, que foi deflagrada nesta semana pelo Ministério Público de Goiás.
A prisão poderia ser renovada ou revogada pela Justiça hoje, a depender do andamento da investigação. O MP investiga se Lopez de Moura, que é agente de jogadores, teria sido o elo entre apostadores e atletas para comprar resultados ou lances específicos de jogos da Série B.
"A manutenção de sua prisão não se faz necessária", diz o advogado de Moura, Ralph Fraga. No habeas corpus, a defesa argumentou que o suspeito é primário, tem residência fixa e emprego documentado, e que a Justiça já tem provas suficientes para a continuidade da investigação.
Como está a investigação
Os demais envolvidos seguem em liberdade, apesar de terem sido alvos de nove mandados de busca e apreensão em cinco estados do Brasil. São quatro jogadores suspeitos, entre eles o lateral Mateusinho, ex-Sampaio Corrêa e atualmente no Cuiabá,
Apostadores teriam pagado jogadores para exercer algumas ações específicas em campo, de acordo com o MP-GO, como cometer um pênalti ou tomar um cartão amarelo. Uma vez consumada esta ação, todos repartiriam os prêmios.
O inquérito investiga quatro crimes: corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O que aconteceu
O MP-GO suspeita que houve fraude em jogos da Série B de 2022, em benefício de apostas esportivas. Segundo a investigação, Bruno Lopez de Moura teria sido o responsável por procurar um jogador do Vila Nova e pagar um adiantamento de R$ 10 mil para que houvesse um pênalti no primeiro tempo do jogo contra o Sport, na última rodada.
As provas sugerem tentativa de manipulação também de outras partidas, segundo a investigação. Em Criciúma 2 x 0 Tombense e Sampaio Corrêa 2 x 1 Londrina, por exemplo, também haveria um acerto para um pênalti cometido no primeiro tempo. Ainda há suspeita de acerto de resultados nos Estaduais deste ano. Depois do caso, a CBF informou que suspeita de 139 operações fora do normal em casa de apostas só em 2022.
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