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Como a guerra que completa um ano mudou o esporte na Rússia e na Ucrânia

Jogadores de Barcelona e Napoli posam, juntos, em protesto contra a guerra entre Rússia e Ucrânia - Ciro de Luca/Reuters
Jogadores de Barcelona e Napoli posam, juntos, em protesto contra a guerra entre Rússia e Ucrânia Imagem: Ciro de Luca/Reuters

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/02/2023 10h12

A guerra entre Rússia e Ucrânia completa um ano hoje (24). Desde o início dos ataques russos, o mundo do esporte também teve desdobramentos e punições.

  • Nos últimos dias, o COI (Comitê Olímpico Internacional) manteve as sanções à Rússia e a Belarus devido à guerra. A entidade deixou os dois países de fora da organização de qualquer evento esportivo internacional.
  • O COI ainda manteve proibição da exibição em competição de bandeiras, hinos ou outros símbolos.
  • O Comitê, porém, defendeu no início do ano permitir atletas russos e bielorrussos na próxima Olimpíada, sob condições específicas, e competindo como "neutros".
  • A Ucrânia busca apoio para impedir a medida. Em resposta, o COI deixou claro que "os governos não devem decidir quais atletas podem participar de quais competições e quais não podem".

Punições no futebol

Uma das punições mais significativas foi a liberação de jogadores e treinadores estrangeiros de clubes russos e ucranianos. A Fifa permitiu que todos assinassem com outras equipes ao suspender os contratos.

Antes da guerra, 30 brasileiros atuavam na Ucrânia. Os 13 do Shakhtar Donetsk deixaram o país. O clube se juntou a oito clubes russos para processar a Fifa, mas teve recurso rejeitado na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Hoje, são 19 no total.

Na Rússia, o número de brasileiros passou de 13 para 17. Alguns nomes, como Yuri Alberto e Ayrton Lucas, voltaram ao futebol brasileiro, mas o efeito foi menor.

Personalidades e marcas também foram afetadas. Roman Abramovich escolheu vender o Chelsea após receber punições. A "Gazprom" perdeu contratos com o Schalke 04 e a Uefa.

A Adidas também encerrou o contrato com a seleção russa de efeito imediato.

Ucrânia - Vasile Mihai-Antonio/Getty Images - Vasile Mihai-Antonio/Getty Images
7.4.22 - Jogadores do Dinamo de Kiev entraram em campo com a bandeira da Ucrânia no primeiro jogo oficial envolvendo uma equipe do país desde o início da guerra
Imagem: Vasile Mihai-Antonio/Getty Images

Exclusão de competições

A seleção russa masculina foi excluída das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar, que aconteceu no ano passado, e da Liga das Nações. O time feminino também saiu da Eurocopa e do Mundial de 2023.

Os clubes russos foram excluídos de competições da Uefa na atual temporada. O Spartak Moscou, que estava nas oitavas da Liga Europa na época, foi eliminado.

Shakhtar Donetsk, Dínamo de Kiev e Dnipro, da Ucrânia, atuaram normalmente nas competições europeias da atual temporada. Todas as partidas do campeonato nacional estão sendo disputadas na região da capital Kiev e mais duas províncias ao oeste do país.

Um dos primeiros desdobramentos foi a decisão da Uefa de retirar a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo. A decisão foi levada para Paris.

Na Ucrânia, o futebol local foi suspenso de imediato e a temporada 2021/22 não teve campeões ou rebaixados. O esporte retornou em agosto de 2022 com medidas como militares nos estádios e portões fechados.

Tentativa de voltar

  • Dirigentes da Federação Russa de Futebol realizarão conversas na próxima terça-feira (24) com integrantes da Uefa para discutir o possível alívio das sanções aos times do país.
  • No final de dezembro foi criado um grupo de trabalho ao lado da Uefa na tentativa de encontrar um possível caminho de volta aos torneios.
  • Depois de ser afastada das competições da Uefa, a Rússia cogitou deixar a organização europeia e se candidatar para se juntar à sua contraparte asiática, a Confederação Asiática de Futebol, mas a ideia foi descartada.