Welliton, ex-Goiás e São Paulo, é acusado de espancar e perseguir mulher
O ex-atacante Welliton, de 36 anos, com passagens por Goiás e São Paulo, é acusado de espancar, ameaçar e perseguir durante seis anos sua ex-mulher Rafaela Carvalho. O UOL apurou que o ex-jogador é alvo, no Brasil, de pelo menos quatro ações que tratam de ameaça, agressões físicas e psicológicas e perseguição. Além disso, Rafaela narra ter sido vítima de reiterados abusos fora do país.
Ao UOL, Rafaela afirma que foi morar com o jogador no exterior quando tinha 21 anos e retornou ao Brasil em 2021. Welliton atuou nos Emirados Árabes de 2017 e 2021, período no qual manteve o relacionamento com a denunciante.
Foram muitos anos assim, seis anos. Eram muitas agressões quando moramos fora do Brasil. Morávamos nos Emirados Árabes, e durante um tempo não éramos ainda casados no papel, oficialmente. Lá não existia justiça para a mulher", afirma Rafaela. "Depois das agressões, ele chegava a esconder meu passaporte, meu celular, meu dinheiro. Eu conseguia fugir para casa de alguns amigos brasileiros, que me acolhiam. Eram poucas pessoas que sabiam" Rafaela
A violência teria continuado com a volta ao Brasil em 2021. Nas várias vezes em que procurou a polícia e o Ministério Público em busca de proteção, Rafaela afirmou já ter sido agredida por Wellinton com socos, tapas, tentativas de estrangulamento, empurrões e chutes. Além disso, relatou ser perseguida insistentemente e ameaçada a cada tentativa de se afastar e encerrar o relacionamento.
A reportagem teve acesso a conversas nas quais Welliton ofende, ameaça Rafaela e busca insistentemente contatá-la contra sua vontade. Em uma ocasião, o ex-jogador chegou a fazer 70 ligações telefônicas consecutivas. Rafaela deu entrada no pedido de divórcio há mais de um ano e fez diversos boletins de ocorrência contra o ex-marido. Ela relatou que teve depressão e que chegou a emagrecer 16 kg.
"Ele ainda me persegue. Tem umas duas semanas que pessoas do convívio dele me mandam mensagem, me ameaçam. O que me fez contar a história foi uma ameaça, uma pessoa falando que a minha vida viraria um inferno", diz Rafaela. "Ainda não me vejo segura. A partir dessas mensagens, acredito que a segurança vai ser maior, qualquer coisa que acontecer comigo, está registrado".
O UOL entrou em contato direto com a defesa de Welliton. Márcia Paulina Rocha se manifestou oficialmente na tarde de hoje.
A defesa do Sr Welliton Soares vem a público informar que os fatos que estão sendo divulgados nas redes sociais ocorreram no ano de 2019 e no final do ano de 2021 — e que os processos estão em andamento normalmente na Justiça com o direito ao devido processo legal, ampla defesa e o contraditório, não podendo esta entrar no mérito dos fatos para não infringir a ética profissional. Deixamos consignado que o Sr Welliton está respondendo a todos os chamados judiciais. É o que temos que relatar por hora" Márcia Paulina Rocha
À Justiça, o ex-atleta diz sofrer de dependência do álcool. "Ele de fato tinha um problema com o álcool, mas foram inúmeras agressões enquanto estava sóbrio e não tinha bebido", diz Rafaela, que chegou a temer feminicídio. "Foram muitos e muitos anos de agressões. Se não fossem os amigos e as poucas pessoas que me ajudaram ao longo desses anos, eu acho que ele poderia ter me matado".
"O homem bate na mulher se ela aprontar com ele"
Rafaela usou nesta quinta-feira as redes sociais para fazer um longo desabafo sobre as agressões, e compartilhou prints de conversas com o ex no WhatsApp, além de fotos de hematomas e de um vídeo com uma confissão de Welliton. Na gravação, ele assume que já a agrediu, diz que "homem bate na mulher se ela aprontar com ele" e ironizou o fato de não ter sido preso.
Welliton tem passagens pelo Goiás, São Paulo, Grêmio e Spartak de Moscou. Ele tem 36 anos e seu último clube profissional foi o Novorizontino, do interior paulista. Antes disso, atuou por Sharjah e Al Wasl, dos Emirados Árabes. Pendurou as chuteiras em 2022.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
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