'Modéstia à parte': Abel exalta consistência e explica trocas no Palmeiras
O técnico Abel Ferreira deixou três vezes a modéstia de lado, como ele mesmo destacou, ao falar após a vitória do Palmeiras sobre a Ferroviária, pelo Campeonato Paulista.
Na primeira, o comandante português falou sobre a sequência de vitórias da equipe. Ele destacou a consistência do Palmeiras, que é o único invicto no Paulistão e que não perde desde novembro do ano passado.
O Palmeiras tem uma torcida exigente, mas que reconhece nossos defeitos e virtudes. Sabe que todos fazemos um esforço máximo para vencer. E, modéstia à parte, estamos conseguindo fazer isso com consistência. Essa é a palavra mágica. Vamos continuar tentando que isso perdure, mas não vai durar sempre."
Na segunda ocasião, ele "escanteou" a modéstia como ironia ao explicou suas substituições nas partidas. Abel ressaltou que faz as trocas, inclusive tirando os principais jogadores, para evitar lesões.
Sabe qual é a equipe com menos lesões? [Nós] Temos um núcleo de saúde e performance fantástico, temos uma comissão técnica meia boca, modéstia à parte. E é por isso que, comparados com muitas outras equipes, temos menos lesões."
Por fim, ele comemorou que os treinos não são abertos à imprensa. Abel ressaltou a importância de manter a privacidade das atividades e mencionou que a prática é comum entre os principais clubes do mundo.
Modéstia à parte, ainda bem que os treinos não são abertos, porque vocês iam falar tudo para todos. Ainda bem que não abrem, porque os melhores clubes não deixam, abrem uma ou outra vez. Quando é tático, não posso abrir."
Confira o que Abel disse na coletiva
Nível do Estadual. "Neste ano o nível [do Paulista] é muito mais competitivo, na minha opinião. São Bernardo é o exemplo, com muito menos recurso, está a disputar conosco o 1º lugar e o mando [das quartas], fundamental para definirmos em casa. É só ganhando garantimos a liderança."
Elogios a Veiga. "Até me arrepio, para mim ele é o melhor 10 que já treinei e joguei na vida. De longe, ele é completo. Ataca, assiste, faz gols e faz uma coisa que poucos '10' fazem, corre para trás para recuperar a bola. Não queria que o treinador [da seleção] o convocasse (risos), mas tem muita qualidade."
Ensinamento tático. "O mais difícil que tive que ensinar aos jogadores foi cultura tática. Não tenho que ensinar como dribla, como dá caneta, chapéu. Isso eles sabem. Mas tática, ensinar o jogo, foi o que mais fiz. Para isso requer intensidade, concentração o jogo todo."
Fator emocional. "Tendo em conta as críticas, o único que tem a melhorar sou eu. O elenco é top nisso, acontecer o que acontecer, não levam amarelos, mantém a linha. Nisso é o treinador que tem que aprender. Faço meu papel, o que acho que é melhor para defender o meu time."
Movimentações dos jogadores. "Sou versátil, não gosto de fazer sempre a mesma coisa da mesma maneira [em campo]. Isso cria dúvida nos adversários. 'Como eles vão jogar?'."
Postura dos adversários no Allianz. "Acho [a retranca] uma prova de inteligência e humildade. 'O Palmeiras é forte em casa, vou jogar como?' Quero que venham jogar abertos, só que as equipes entendem que o Palmeiras é melhor."
Correção dos erros. "Temos uma semana livre. Há um detalhe que é falta de concentração, mas isso falo dentro porque não gosto de falar publicamente. É facil falar para os jogadores e identificar o erro. Não discuto com jogadores, só mostro os princípios que temos com imagens."
Defesa de Endrick. "Quero dar os parabéns a Diego Ribas. O futebol brasileiro precisa de gente como ele. Só tenho a dizer: não saia da área do futebol, o futebol precisa de ti. Hoje, quando minha comissão me mostrou [o vídeo], pensei: 'posto ou não posto?'. Não postei, mas me lembrei de dizer aqui. Ele falou para o Endrick, mas podia ter falado para o Navarro, Jailson, Atuesta, para todo jogador."
Apoio da torcida. "Quando sofremos o gol, vi a torcida aumentar o som do apoio. Não vi a crítica. Isso que senti no banco, no momento do 2x1. Não vi xingar, o contrário. Isso tem sido mágico porque se vê no comportamento dos jogadores, e e não é só de hoje. Temos que manter o espírito de união, o 'Todos somos 1'."
Samba em campo. "Gosto de samba, não gosto de música lenta... É isso que gosto de ver no jogo, ritmo. Aconteceu na segunda parte, uma musica calma. Bossa nova? Gosto de ouvir quando estou com minha esposa. No campo, gosto de ritmo."
Gabriel Menino em alta. "Ele tem ficado muito bem no aspecto ofensivo, Tem repertório técnico. Espero que continue consistente."
Fase de Flaco López. "Ele é um pouco mais velho que Endrick e já percebeu como é dificil ser '9' no Palmeiras. Está em um processo de evolução e tem uma concorrência fortíssima na posição. Tem que ter paciência."
Saída de Merentiel. "Quando emprestei Merentiel, ainda não tinha essa lei que fizeram na pressa [limite de estrangeiros]. Fizeram a lei depois que dispensei. Tinha que fazer devido ao regulamento."
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