Qual é o time da Série B que ganha influência na discussão sobre nova liga?
Os dois projetos de ligas de clubes que planejam organizar o futebol brasileiro a partir de 2025 têm diminuído as diferenças nos últimos dias, ainda que um acordo esteja longe de acontecer.
O Sampaio Corrêa conquista protagonismo nos bastidores da discussão. O clube trocou a LFF (Liga Forte Futebol) pela Libra (Liga do Futebol Brasileiro) em novembro do ano passado por entender que os direitos dos clubes da Série B e os de menor expressão não estavam sendo respeitados.
Quais são as ligas?
- LiBRA (Liga do Futebol Brasileiro): criada em maio de 2022, reúne 18 clubes (11 da Série A): Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Flamengo, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Grêmio, Bahia, Vitória, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Novorizontino, Guarani, Ituano, Mirassol e Sampaio Corrêa.
- LFF (Liga Futebol Forte): criada em junho de 2022, reúne 26 clubes (9 da Série A): Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Coritiba, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, ABC, Atlético-GO, Avaí, Chapecoense, Ceará, Criciúma, CRB, Juventude, Londrina, Sport, Vila Nova, Tombense, Brusque, CSA, Figueirense, Náutico e Operário.
15% de tudo para a Série B
Uma das lutas travadas pelo Sampaio Corrêa e pelo Bahia foi a fixação de uma cota na distribuição do dinheiro da venda de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2025. Agora, 15% de toda a receita será reservada somente para a Série B. Isso foi decidido numa reunião ocorrida ontem (28), na sede da Federação Paulista de Futebol.
Perez Paz, vice-presidente do Sampaio Corrêa, foi escolhido para dar entrevista sobre a Libra depois da assembleia de terça-feira ao lado de figurões do futebol, como Leila Pereira (Palmeiras), Julio Casares (São Paulo), Rodolfo Landim (Flamengo) e Alberto Guerra (Grêmio). É um sintoma da conquista de protagonismo e também uma das primeiras vezes em que um dirigente da Libra falou mais grosso sobre a LFF.
O Mubadala [fundo investidor da Libra] é um fundo de muito mais força e potencial e um parceiro muito melhor hoje do que a Serengeti [fundo investidor da LFF]. O capital de investimento da Serengeti é R$ 2 bilhões. O capital de investimento da Mubadala é R$ 800 bilhões. Você fala de parceiros completamente diferentes, em momentos completamente diferentes e com potencial de fazer o negócio dar certo completamente diferente."
Sampaio Corrêa abriu a porteira?
Já há clubes da Série B da LFF que planejam seguir o caminho do Sampaio Corrêa em direção à Libra, segundo ouviu o UOL. Uma das justificativas é o fato de que a divisão do pagamento dos direitos de TV vai seguir o seguinte modelo: 45% do valor distribuído de maneira igualitária entre os clubes, 30% pela performance e 25% de acordo com apelo comercial.
O time do Maranhão lutou para que esse quesito do engajamento fosse só a audiência de TV. Anteriormente, se discutia números como seguidores nas redes sociais e ocupação de estádio, o que é um problema para vários clubes.
Por que o Sampaio Corrêa aderiu à Libra? Porque entende que o processo na Libra está muito mais avançado para conseguir ter os 40 clubes dentro de uma liga de futebol."
O que vem pela frente?
A Libra vai apresentar suas novas decisões e aguarda um posicionamento da LFF. A principal novidade é a restrição da diferença máxima entre quem ganha mais e ganha menos para a proporção de 3,4x na divisão das receitas de televisão.
A tendência é que a LFF apresente novas mudanças, especialmente na questão de governança. Há uma comissão que representará a Libra nas conversas. Os nomes escolhidos foram Alberto Guerra (Grêmio), Duílio Monteiro Alves (Corinthians), Gabriel Lima (Cruzeiro), Guilherme Bellintani (Bahia), Rodolfo Landim (Flamengo) e Thairo Arruda (Botafogo).
A CBF já deu aval aos clubes para que o Brasileirão da Série A e da Série B sejam organizados diretamente por uma Liga a partir de 2025.
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