Mendoza, do Santos, mudou carreira após perda do irmão: 'Cada gol é dele'
Recém-chegado, Stiven Mendoza luta por seu espaço no Santos e também para conquistar o torcedor, que ainda não se convenceu com o colombiano. Mas mais do que isso, o atleta tenta superar a morte do irmão por meio do futebol.
Yeison Mendoza foi assassinado em 2019, a tiros, enquanto deixava a casa de sua mãe. Na época, ele também era jogador de futebol e atuava pelo Valledupar, da segunda divisão colombiana. Braço direito de Mendoza, o jogador conta ao UOL a dificuldade de suprir sua ausência e como usa o esporte para se aproximar dele.
É um choque de realidade muito forte quando acontece. Até hoje é muito difícil falar disso, fico emocionado. Na minha vida mudou tudo, principalmente em relação à minha família, é uma falta que não é suprida. Foi difícil porque mexe muito com o emocional e sentimental, mas sempre que entro em campo é pela minha família e principalmente por ele, que são a minha motivação diária. Nunca vai ser fácil, mas ele sempre me apoiou muito e tento trazer isso pra hoje, cada jogo, cada gol marcado, é dele também", disse com exclusividade ao UOL.
Confira a entrevista na íntegra abaixo:
Artilharia speedy
Com quatro gols em 11 jogos, Mendoza lidera a artilharia do Peixe. Para se tornar mais eficiente em gols, o colombiano explica que mudou sua forma de jogar para que conseguisse ficar mais próximo da área.
"Tenho trabalhado muito para isso. Era conhecido por ser rápido, mas sempre quis mais e nada melhor para um meia-atacante que fazer gols. Então fui treinando cada vez mais meu lado ofensivo, sempre mais pra frente, finalizando, para poder colocar em prática dentro de campo e fico feliz que pude juntar a velocidade com finalização e está dando certo. Espero continuar podendo marcar cada vez mais", disse.
Razão para o torcedor
"Acho que é a adaptação mesmo [a maior dificuldade]. Cheguei aqui e só havia jogado com o Messias antes. É diferente, por mais que ainda estejamos no Brasil, a forma e estilo de jogo é diferente e é preciso se adaptar a isso. Pressão sempre vai ter, ainda mais em um time tão grande e com uma camisa tão pesada quanto o Santos. Eu não tiro a razão dos torcedores por exigirem resultados melhores, essa é uma vontade de todo o elenco também e nós estamos trabalhando para isso, para melhores jogos e resultados"
Soteldo e Ângelo ausentes
"Acho que aumenta a responsabilidade de todos. Sabemos que o Soteldo é parte importante do Santos e o quanto ele já fez pelo time, claro que ele faz falta dentro de campo. Quanto ao Ângelo, ele ainda é um menino em evolução, tem 18 anos e é comum algumas oscilações, principalmente nessa idade, mas ele é ótimo e nos ajuda muito a cada partida"
Mudança e maturidade após passagem no Corinthians
"Mudou muita coisa. Cheguei no Corinthians muito novo, com 22 anos. Não tinha experiência no futebol brasileiro e tinha muita coisa para aprender também. Comecei a ganhar mais experiência e maturidade a partir daí. Hoje, 8 anos depois, consegui ter experiências que me ajudaram muito a amadurecer em campo, saber melhor qual era meu papel nos jogos, a forma como gosto de jogar e claro, entendi melhor como é o futebol daqui. O meu staff também é parte importante da minha evolução, são pessoas que me apoiam e me ajudam muito, sempre me aconselhando e orientando. As passagens por clubes de outros países colaboraram também"
Como convencer a torcida?
"Somos uma equipe em evolução. Cheguei no Santos há pouco tempo junto de outros colegas e nós estamos todos ainda em adaptação. Estou trabalhando muito e dando meu máximo em campo em todos os jogos. Quero muito que o Santos esteja no topo e vou seguir treinando para ajudar o time a chegar nisso, como já disse antes, vou dar 200% de mim por essa camisa. E o meu recado para a torcida é que apoiem. Estamos nos esforçando e tenho certeza de que vamos conseguir boas coisas neste ano"
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