Odair pede desculpas após queda do Santos, mas afirma: 'Não vou desistir'
O técnico Odair Hellmann pediu desculpas após a derrota do Santos por 3 a 0 para o Ituano hoje, no Estádio Novelli Júnior. O resultado eliminou o Peixe na primeira fase do Campeonato Paulista pela terceira vez consecutiva.
Como o São Paulo venceu o Botafogo em Ribeirão Preto, o Santos só precisava de um empate, mas passou longe de conseguir um ponto e teve atuação para ser esquecida em Itu.
Existem avaliações e hierarquias no clube. A direção pode avaliar se estou conectado, comprometido. E eu estou, vou trabalhar mais, buscar soluções e fazer diferente para darmos resposta como time. Mas avaliação acima de mim é feita por outras pessoas. Hoje eu posso pedir desculpas por tudo o que não fizemos, mas não vou desistir".
Durante toda a entrevista coletiva, Odair repetiu o pedido de desculpas, admitiu os erros e frisou que o desempenho de hoje nunca mais pode se repetir. O Santos voltará a campo para enfrentar o Iguatu na próxima quinta-feira, na Vila Belmiro, pela segunda fase da Copa do Brasil. Veja todas as respostas abaixo:
Avaliação da partida
"A possibilidade de classificação existia, era pouco só brigar contra o rebaixamento. Mas também era pouco esse caminho da classificação. Peço desculpa a todos os torcedores do Santos pelo que não fizemos. Não competimos, não ganhamos primeira ou segunda bola. Tivemos a primeira chance do jogo, mas depois não jogamos mais, não competimos, não tivemos nem forças para realmente competir. O Ituano entregou a bola para o Santos, se defendeu em bloco de 20 metros e não criamos, não matamos contra-ataques, nem faltas fizemos. Tem que ser um divisor de águas e resposta tem que ser rápida na quinta-feira, em um jogo melhor em todos os sentidos. Tem que ser uma experiência para não se repetir. Temos que acreditar no processo e, quem não acreditar, que siga outro caminho. É para todos nós. Peço desculpas".
Sem justificativas
"Não é só pedir desculpas, é fazer diferente, com postura diferente. Tudo que trabalhamos não levamos a campo. Não estamos falando de gramado ou desfalque. Temos problemas, sim, mas nunca poderíamos fazer uma partida como fizemos".
Reação no vestiário
"Não repetimos o que vínhamos fazendo nos outros jogos, com organização, intensidade, criatividade. Não apresentamos nada. Temos que ter essa consciência para que não se repita. Esse jogo tem que ser exceção, foi de longe o pior jogo que tivemos. Por mais dificuldade contra Mirassol, São Paulo, Guarani, Palmeiras, buscamos bons jogos, nos últimos tínhamos reequilibrado em competição, brigando pelo jogo. Tecnicamente podemos não estar bem, mas hoje não estivemos bem em nada. Não pode continuar. E não vai continuar. Podemos estar dificuldades e os adversários às vezes jogarem melhor, mas não podemos repetir isso nunca mais. Precisamos de muito trabalho, competição, intensidade, e de acreditar no processo. Clube tem dificuldade há muito tempo, mas o jogo de hoje é para olhar, engolir, pedir desculpas e que sirva de parâmetro para elevar competitividade. Vou buscar isso como comandante. Não estou me eximindo, estou no contexto. Tenho responsabilidade, todos temos. Temos que atropelar as dificuldades. Podemos não fazer o melhor futebol no próximo jogo, mas uma postura boa é o mínimo. É uma lição dura, difícil, mas tem que servir de aprendizado.
Próximo jogo contra o Iguatu
"Temos que dar resposta rápida com a classificação na quinta-feira e crescer. A régua vai subir e se não subirmos, vamos ter muitas dificuldades no Campeonato Brasileiro. Temos que ter essa consciência e acreditar, fazer mais, buscar soluções diferentes. Temos que encontrar estabilidade e comprometimento em todos os sentidos. Vínhamos dando um passo, mas hoje acabou. Que hoje seja uma exceção. Temos que olhar para frente e evoluir para competirmos no Campeonato Brasileiro".
Mudanças
"A gente não conseguiu fazer nem falta. Jogador passou por três ou quatro e nem matamos a jogada. Esse parâmetro de hoje não pode nem ser pensado para a sequência. Buscar mais a competição sem a bola, sofremos muito gols. Vamos visualizar isso. Talvez não tenhamos característica para marcar alto, vamos tentar encontrar formação ou característica diferente para equilibrarmos mais as fases do jogo. Temos que evoluir e buscar a retomada de jogos anteriores, com melhor troca de passes e equilíbrio defensivo, com maior pressão sem bola".
Elenco desmotivado?
"Eu vi o comprometimento deles contra o Corinthians, com intensidade maior numa semana cheia. Hoje fugiu do parâmetro. Temos que ter calma nesse processo de construção. Por isso pedi desculpas. Não produzimos nada do que treinamos. É uma responsabilidade de todos nós. Para mudarmos, tem que ser compromisso com todos os argentes do processo. Temos que fazer diferente, usar a situação de hoje para não acontecer mais. Precisamos competir. Perder ou ganhar faz parte, mas não perder como hoje. Não pode. Eles sabem e concordam com isso. Temos que lutar sempre pela vitória, Santos é time grande, gigante, que passa por dificuldade e processo de construção. A partida de hoje tem que ser para nunca mais existir na carreira de todos nós. Temos que falar menos, trabalhar mais e buscar soluções. Já demos respostas em momentos difíceis neste ano. Até dentro do jogo a gente reagiu, buscando empate ou a virada do Mirassol. Temos que buscar as coisas boas de alguns jogos e fazer mais, fazer diferente. É um compromisso de todos".
Pressão no cargo
"Existem avaliações e hierarquias no clube. A direção pode avaliar se estou conectado, comprometido. Eu estou, vou trabalhar mais, buscar soluções e fazer diferente para darmos resposta como time. Mas avaliação acima de mim é feita por outras pessoas. Eu não vou desistir. Temos que fazer diferente".
Exceção?
"Até agora, não existia isso. O jogo de hoje foi exceção. Não competimos, taticamente não estivemos estabelecidos. O adversário deu a bola e não construímos, não matamos contra-ataque, não pressionamos. Erramos muito. Mas a avaliação é maior que o jogo de hoje. Eu continuo acreditando nos jogadores, não vou responsabilizar ninguém individualmente. Vou cobrar como comandante e tomar decisões. Temos que fazer, eles também vão pegar o jogo de hoje para nunca ser repetido. Essa foi a exceção. Passamos todas as dificuldades e hoje foi exceção, por isso pedi desculpas. Fizemos nada no jogo. Isso não pode virar regra. Temos que dar resposta rápida como equipe em todos os aspectos na quinta-feira".
Vai pedir para sair?
"Tenho orgulho e honra grandes. Estou treinador do Santos e vou fazer tudo para continuar sendo. Acredito nos jogadores. É uma honra e estar aqui e acredito no processo de trabalho. Meu histórico como treinador diz isso, minhas equipes também tinham dificuldades parecidas, cada um com aspectos diferentes, e aqui perdemos mais jogadores. Mas é próximo aos outros trabalhos e acredito na possibilidade de fazer diferente, fazer mais. Quero dar certo no Santos e vou até o fim ou até quando tomarem uma decisão ou eu sentir que os agentes do processo não estão com a mesma vontade que eu. Hoje não enxergo essa possibilidade".
Protestos da torcida
"Hoje temos que ser criticados, só não podem bater, ter agressão física. Xingar, vaiar, chamar de burro, normal. Temos que abaixar a cabeça e nunca mais fazermos o que fizemos hoje. Se eu estivesse na arquibancada, também vaiaria. Temos que ter essa ombridade, humildade e reconhecer que o torcedor está certo. Não pode agredir, mas vaiar e cobrar... Nós também temos que nos cobrar para melhorar".
Conclusão
"Você nunca vai me ver avaliação pejorativa do adversário, mas quem perdeu o Santos foi hoje. Com todo respeito e admiração que tenho pelo Gilmar (Dal Pozzo, técnico do Ituano)... Mas falando de jogo, o Ituano não fez um grande jogo. Nós não criamos, cruzamos, definimos, chutamos, matamos contra-ataque. Cometemos muitos erros técnicos. Ituano não fez exibição esplendorosa, mas aproveitou as chances, jogou melhor que o Santos. O jogo saiu do contexto. O próprio jogo do Guarani, que levamos gols cedo, tivemos outra postura, outra tentativa. Hoje não, temos que apagar essa página. Não achar que foi normal, mas tem que doer muito. Mas muito. Essa partida não pode ser repetida nunca mais. Não só no Santos, mas nas carreiras. Foi muito ruim tudo que não fizemos hoje".
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