Organizadas contestam ação da PM em briga antes de Flamengo x Vasco
A Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg) repudiou as brigas entre torcedores de Flamengo e Vasco.
A entidade questionou em nota a ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro durante os incidentes.
"A torcida do Flamengo tem como rota de chegada ao Maracanã, a avenida Radial Oeste, e a do Vasco, a Quinta da Boa Vista. Por qual razão, não havia policiamento na passarela que separa as duas vias, permitindo assim, que houvesse o encontro dos torcedores?", disse a entidade em nota.
A Raça Rubro-Negra afirmou em suas redes sociais que "o desembarque em São Cristóvão foi extremamente mal conduzido" pelas autoridades.
A PM do Rio de Janeiro, em contrapartida, afirmou ter intensificado o policiamento em diversos pontos da cidade e citou a apreensão de materiais com os integrantes das organizadas.
O que aconteceu?
Grupos de integrantes de organizadas entraram em confronto no domingo, antes do jogo válido pelo Campeonato Carioca.
Os episódios aconteceram em meio ao debate para a assinatura de um novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), etapa da aprovação do projeto de lei que permite o retorno das torcidas organizadas aos eventos esportivos.
O projeto foi discutido na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no ano passado e previa, dentre os outros pontos, que a punição fosse individual e não para a torcida.
Os deputados Zeidan (PT), Martha Rocha (PDT), Luiz Paulo (PSD) e Carlos Minc (PSB) são os autores do projeto.
Lamento profundamente e acho que os agressores devem ser identificados e punidos exemplarmente. Como o TAC ainda não foi assinado, por resistência de um promotor, ainda não está em vigor. E a lei estadual que aprovamos, está casada com o TAC. Portanto, as regras que estão valendo são as anteriores. Uma vez o TAC assinado, as torcidas e clubes vão ter maior responsabilidade em identificar e punir", disse Minc, ao UOL
Outro ponto é que os policiais do Bepe não estão usando câmeras nos uniformes, ao contrário do que determina a minha lei e do que determinou também, de forma recorrente, o ministro [Edson] Fachin do STF. Como autor da lei, foi reincidir fortemente, junto ao comando da PM e ao Ministério Público, que cumpra-se a lei", completou.
Em outubro, o MPRJ definiu que haveria uma suspensão das punições pelo prazo de 60 dias, enquanto as partes debatiam o novo TAC.
Veja nota da Anatorg
"A ANATORG vem a público repudiar os eventos de violência que aconteceram no domingo, (05/03), na chegada ao estádio do Maracanã, na partida Flamengo X Vasco.
A ANATORG enviou para as Torcidas Organizadas, Parlamentares, BEPE, MP e ao Governo do Estado, TODOS os pontos de deslocamentos, e durante o percurso, até a chegada no entorno do estádio, não houve conflito.
Alguns pontos importantes precisam ser esclarecidos e divulgados à sociedade:
- Na quinta-feira, (02/03), houve a reunião de pré-jogo no BEPE, com 20 torcidas organizadas representadas, mas muito breve e protocolar, sem maiores orientações.
- Os uniformes e carros da PM não têm as câmeras, para registro das ocorrências, como determina o STF.
- Durante um longo período, não tivemos conflito entre as torcidas do Rio de Janeiro.
- A torcida do Flamengo tem como rota de chegada ao Maracanã, a avenida Radial Oeste, e a do Vasco, a Quinta da Boa Vista.
Por qual razão, não havia policiamento na passarela que separa as duas vias, permitindo assim, que houvesse o encontro dos torcedores?
- Diversos artefatos, pedaços de pau foram apreendidos. Por que os supostos torcedores que os portavam, não foram detidos?
- Não há relação dos torcedores baleados com torcidas organizadas.
A ANATORG segue defendendo a punição individual, no CPF do cidadão, que causar qualquer tipo de crime, de acordo com o código penal.
Não se pode penalizar, as instituições e demais torcedores, que nada tem a ver com episódios de violência.
Reafirmamos o compromisso com todas as Torcidas Organizadas e Torcedores do Brasil. Estamos trabalhando firme para auxiliar, trazer melhorias e mais dignidade às nossas filiadas. Vamos juntos!"
Veja nota da Polícia Militar
"A Secretaria de Estado de Polícia Militar intensificou o policiamento em diversos pontos da cidade do Rio de Janeiro devido à partida de futebol válida pelo Campeonato Carioca 2023 realizada no Maracanã no domingo (05/03). Cerca de 600 policiais militares atuaram na região do estádio, incluindo equipes do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM).
Policiais militares do BEPE e de outras unidades da Polícia Militar apreenderam cerca de 50 pedaços de madeira, nove barras de ferro, cinco bombas caseiras, fogos de artifício, soco-inglês e artefato explosivo em diferentes pontos da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro (Maracanã, Madureira, São Cristóvão).
À tarde, dois homens em uma motocicleta teriam atirado contra torcedores na Rua São Januário, em São Cristóvão. Equipes do 4ºBPM foram ao local e auxiliaram o socorro da vítima. Além disso, policiais do referido batalhão e da UPP Mangueira foram acionados para conter um intenso tumulto entre torcidas organizadas de times distintos na Avenida Pedro II, em São Cristóvão. Duas vítimas de agressão foram localizadas e socorridas.
Já no início da noite, policiais militares do 6ºBPM foram verificar disparos de arma de fogo na Rua General Canabarro. No local, indivíduos lançaram garrafas dizendo que um homem que estava em um carro teria efetuado os disparos. Os policiais tentaram realizar a abordagem mas o homem fugiu.
Ocorrências encaminhadas para 17ª DP e 18ª DP".
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