Clube do RS nasceu de um filme de Van Damme e quase nunca perdeu
A tabela da Série A2 do futebol gaúcho traz um personagem ainda desconhecido. Campeão da Terceirona (chamada oficialmente de Série B) na temporada passada, o Monsoon FC tem particularidades tão curiosas quanto sua história.
A equipe da Zona Sul de Porto Alegre usa o estádio que era da família de Ronaldinho Gaúcho, conta com investimento de um bilionário indiano, e seu embrião veio a partir de um filme com o ator Jean-Claude Van Damme. Até aqui, o desempenho em campo é de dar inveja a qualquer Grande Dragão Branco, uma das mais famosas obras protagonizadas pelo ator.
Tudo começou na China
A história do Monsoon FC começou na China, em um aeroporto, onde o atual presidente do clube, Lucas Pires, conheceu o bilionário Sumant Sharma (juntos na foto), durante a produção de um filme cujo protagonista era Jean-Claude Van Damme, na Tailândia. Lucas era um empresário de participação em grandes eventos de MMA e cinema.
Sumant Sharma é um empresário indiano do ramo de tecnologia, que participou da criação e venda da Acme Packet para a Oracle, multinacional de informática e tecnologia. A operação envolveu US$ 2,7 bilhões (R$ 13,8 bilhões na cotação atual).
A amizade entre eles floresceu e o indiano topou iniciar investimento em futebol, dando o pontapé inicial ao grupo de investimentos Monsoon VP International. Hoje, o indiano é CEO do clube e tem rotina entre escritórios nos Estados Unidos e Dubai, além de acompanhar o desempenho do braço esportivo em Porto Alegre.
Na verdade foi em um aeroporto na China. Eu trabalhava na produção de grandes filmes de Hollywood, estava viajando para um filme do Van Damme e acabei conhecendo o Sumant nessa ocasião. Seis meses depois encontrei com ele e, dois anos mais tarde, começamos a fazer negócios. Uma coisa foi levando a outra e hoje temos o Monsoon disputando a Divisão de Acesso do Gaúcho e com o objetivo de incomodar os times grande em um futuro próximo. Eu já fazia alguns trabalhos indiretos com o futebol. Negociava e conseguia bons contratos para atletas, mas a ideia de comandar um time nunca esteve presente na minha cabeça Lucas Pires, presidente do Monsoon FC Lucas Pires, presidente do Monsoon FC
Desempenho de dar inveja
O Monsoon FC começou suas atividades em 2022 e tem desempenho de gente grande. Na Terceirona, o time conquistou o título de forma invicta. Na Copa FGF, chegou até as quartas de final, sendo eliminado pelo Pelotas nos pênaltis após dois empates.
Somando as duas competições, o time teve 12 vitórias, sete empates e apenas uma derrota em sua história, para o Guarani de Venancio Aires, por 2 a 1.
Acho que trabalho é a palavra-chave. É claro que ajuda, mas futebol não se faz somente com dinheiro. Em várias ocasiões a equipe mais modesta acaba vencendo a mais forte no ponto de vista financeiro. Além da grande estrutura, o Monsoon se cercou de profissionais qualificados dentro do mercado Jurandir da Silva, vice-presidente do Monsoon FC
Ex-dupla Gre-Nal na direção e olho na elite
Mas o Monsoon não é feito apenas dos dólares de investimento internacional ou da ligação ao MMA e ao cinema por seu presidente. Jurandir da Silva, ex-jogador da dupla Gre-Nal, é vice-presidente do clube. Ele chegou ao Inter em 2003, na negociação que envolveu Cleiton Xavier e outros jogadores do CSA. Em 2004 foi atuar no Grêmio e permaneceu no clube por um ano.
"O principal objetivo é o acesso para a elite do futebol gaúcho, sem dúvida alguma. Seria algo histórico para todos nós e vamos em busca disso. Temos as ferramentas e profissionais competentes para concretizar nossos sonhos" Jurandir da Silva
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