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Do casamento ao rompimento: como Leila e Mancha viraram rivais

Leila Pereira segura camisa da Mancha Verde e deseja sorte antes de desfile no Carnaval - Reprodução/Instagram
Leila Pereira segura camisa da Mancha Verde e deseja sorte antes de desfile no Carnaval Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

09/03/2023 14h27Atualizada em 09/03/2023 16h01

Quem hoje vê Leila Pereira e Mancha Verde sentados em lugares opostos da mesa —como na questão do uso do Allianz Parque pelo São Paulo, por exemplo— pode não saber, mas a relação entre eles começou como um casamento para lá de bem-sucedido.

A Crefisa entrou no clube em 2015 e, no ano seguinte, já patrocinava o Carnaval da escola de samba da torcida organizada. A relação entre eles crescia à medida em que Leila Pereira e Paulo Nobre se afastavam.

O ex-presidente nunca apoiou a organizada, pelo contrário, instituiu um rompimento institucional entre clube e torcida, que só foi quebrado quando ele deixou o poder para a entrada de Maurício Galiotte.

De 2016 até o ano passado, a Crefisa colocou cerca de R$ 15 milhões só para o Carnaval, sem contar o apoio da empresa para caravanas da organizadas para diversos lugares do Brasil e do mundo, como na final da Libertadores de 2021, em Montevidéu.

Neste meio tempo, Leila Pereira sempre convidou membros da Mancha para seus eventos e também frequentava a quadra da Escola. Em 2019, a Escola chegou a rebatizar sua própria arena dando o nome da empresária e de seu marido ao local.

Nas suas eleições, tanto para o Conselho quanto para a presidência, todos os bares ligados à Mancha Verde na região do estádio passaram a fazer campanha por Leila Pereira. Um deles, logo em frente à entrada principal do Allianz, virou um verdadeiro comitê de campanha da empresária.

Foi justamente quando ela ganhou a eleição que a relação começou a ruir. Pessoas ligadas à presidente afirmam que membros da organizada gostariam de ter poder nas decisões do futebol.

No começo de sua gestão, Leila ainda viu os organizados protestarem contra a presença de um assessor pessoal que é corintiano e tem ligações com o clube de Parque São Jorge. Ela se incomodou bastante com a questão, tirou o profissional do dia a dia da Academia de Futebol, mas manteve relação com ele fora desse ambiente.

Os protestos não pararam. Pelo contrário, aumentaram. A presidente começou a ver os protestos como falta de respeito e decidiu romper a relação de vez. Em fevereiro de 2022, inclusive, a Mancha Verde anunciou que devolveria o dinheiro dado pela Crefisa para ajudar na viagem aos Emirados Árabes, para a disputa do Mundial.

De lá para cá, as cobranças aumentaram bastante. Recentemente, o último episódio foi o do muro pichado após um empate com o São Paulo. O Palmeiras identificou os vândalos, foi à Justiça e deixou claro que eles pertenciam à organizada. Recentemente, em entrevistas, Leila fez questão de ironizar o fato de a Mancha ter perdido a disputa do Carnaval. "Alguém foi lá pichar o muro deles?", ironizou.