Ministério Público avalia pedir torcida única em clássicos no Rio

O MP-RJ avalia requerer à Justiça a decretação de torcida única nos estádios durante os jogos entre os quatro grandes da cidade.

A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital confirmou ao UOL que o assunto foi debatido após as confusões entre torcidas, especialmente no Flamengo x Vasco do fim de semana.

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Uma reunião ontem (8) entre Ministério Público e Bepe (Batalhão Especial de Policiamento em Estádios) discutiu esta possibilidade. A punição para as organizadas foi além de Flamengo e Vasco.

Se aprovada, a tendência é que a medida passe a valer já nas semifinais do Carioca. Com isso, só o clube mandante teria torcedores no estádio.

O que aconteceu

• No domingo, um torcedor do Vasco morreu após ser encaminhado para o hospital. A Divisão de Homicídios apura se o crime foi motivado por uma richa com traficantes ou pela briga entre as organizadas.
• A Raça Rubro-Negra, a Torcida Jovem do Flamengo e a Força Jovem do Vasco foram punidas por tempo indeterminado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), através do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos da Capital.
• A medida ainda precisaria ser debatida com os clubes e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ). As primeiras informações foram do g1.
• Perguntado sobre quais seriam os próximos passos em caso de implementação da medida, o MP afirmou que "a promotoria ainda está analisando qual seria a melhor forma de colocar em prática".

O promotor de Justiça Rodrigo Terra considera que a medida é um remédio extremo a que se deve recorrer apenas como ação emergencial.

Essa medida é um freio de arrumação para que não se repitam as cenas horríveis que se deram no último Flamengo e Vasco. Claro que o congraçamento inerente ao esporte seria prejudicado. Daí a necessidade de se planejar em médio e longo prazo medidas que dispensem a torcida única. Porque tem a capacidade de identificar e impedir o acesso ao estádio dos agressores que participam desses eventos. Isso seria possível com a biometria, tendo ainda a grande vantagem de desestimular a repetição das cenas pela sensação de impunidade já que a lei seria efetivamente cumprida, impedindo o acesso desses agressores"

A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) disse que é uma "hipótese que precisa ser avaliada com cautela" e salientou que "em vários estados a medida já foi testada e não se mostrou útil".

Veja nota da Ferj

"É uma hipótese que precisa ser avaliada com cautela e elementos concretos que permitam assegurar ser solução eficaz para coibir a violência nas ruas, já que nos estádios praticamente inexiste. Vale lembrar que em vários estados a medida já foi testada e não se mostrou útil, tanto que já se pensa em revogar tal conceito. O tema merece uma união de instituições para debater à exaustão em busca do que for preciso para sanear o problema que só traz malefícios e prejuízos sociais, econômicos, laborais e, principalmente, insegurança. Não pode ser uma decisão baseada simplesmente na "achologia" ou efeitos midiáticos momentâneos".