Polícia caça brigões e intima até quem diz que estava longe do Fla x Vasco
Após o Governo do Rio de Janeiro apontar que envolvidos em briga de torcida serão enquadrados como "organização criminosa", diversas pessoas foram chamadas a prestar depoimento e algumas alegam não terem estado nem perto do Maracanã para o Flamengo x Vasco da Taça Guanabara. Antes de a bola rolar, brigas pela cidade culminaram na morte de um torcedor.
Nos últimos dias, torcedores receberam intimações para prestarem declarações em procedimento investigatório destinado a apurar supostas condutas tipificados como crimes de dano, tentativa de homicídio, lesão corporal e organização criminosa.
O UOL teve acesso a uma dessas intimações. O documento foi assinado pelo inspetor de polícia Claudio Ribeiro da Fonseca por ordem do delegado Pablo Sartori.
Algumas das pessoas preferiram não se identificar, mas afirmaram terem recebido o documento mesmo sem terem nem passado próximo ao Maracanã no último dia 5. É o caso do bartender Michael Santos.
"No dia do jogo eu estava trabalhando na Barra da Tijuca. Tem mais ou menos uns três anos que não vou em um estádio, nem para jogos do Flamengo ou qualquer outra coisa. Consigo provar que estava trabalhando", disse.
Uma mulher que pediu para não ser identificada alega que no dia do jogo estava em um sítio em Tinguá, Nova Iguaçu, na celebração do aniversário da filha, e garante ter fotos e vídeos que podem comprovar. Há ainda o episódio de outro torcedor que diz ter se envolvido em um acidente de moto na sexta-feira anterior ao jogo e teve de passar por uma cirurgia na perna.
O deputado estadual Carlos Minc (PSB) apontou que a Defensoria Pública seria acionada e um ofício à OAB do Rio de Janeiro foi enviado. Ele é um dos autores do Projeto de Lei que visava garantir o retorno das organizadas às praças esportivas e que foi aprovado na Alerj no ano passado.
"A comissão foi acionada pela Anatorg e vamos pedir à Defensoria Pública para acompanhar as pessoas que estão sendo acusadas sem nem sequer terem participado do jogo. Também foi enviado um ofício ao Luciano Bandeira, presidente da OAB-RJ, e estamos reforçando sobre a Comissão de Estudos do Juizado Especial do Torcedor", disse.
Ao UOL, a Polícia Civil apontou que as "intimações foram expedidas para buscar esclarecimentos e definir os envolvidos".
"A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) investiga as ações das torcidas organizadas em atos de vandalismo e violência. As intimações foram expedidas para buscar esclarecimentos e definir os envolvidos, testemunhas e autores dos fatos. A investigação está em andamento e diligências estão sendo realizadas para instruir a atual fase do inquérito".
O que aconteceu?
Integrantes de torcidas organizadas de Flamengo e Vasco entraram em confronto antes do clássico pela Taça Guanabara. A Policia Militar suspendeu a Raça e a Jovem, do Flamengo, e a Força Jovem, do Vasco, por 90 dias. Posteriormente, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ampliou a punição por tempo indeterminado.
Dias depois, a PM colocou em vigor as medidas de afastamento que o Ministério Público do Rio de Janeiro havia determinado anteriormente às discussões do novo termo de ajustamento de conduta (TAC), que acontece depois da aprovação do Projeto de Lei que previa a anistia das organizadas.
Young Flu, do Fluminense, e Fúria Jovem, do Botafogo, também estão proibidas de frequentar praças esportivas. O Ministério Público do Rio indicou avaliar um pedido à Justiça para clássicos com torcida única. A ideia, porém, não ganhou aderência junto a outros órgãos envolvidos nas partidas.
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