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Rival do Inter se inspira em Guardiola e revela vaias por jogo ofensivo

Thiago Carvalho, técnico do Caxias, desafia o Inter na semifinal do Gauchão - Vitor Soccol/S.E.R. Caxias
Thiago Carvalho, técnico do Caxias, desafia o Inter na semifinal do Gauchão Imagem: Vitor Soccol/S.E.R. Caxias

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/03/2023 04h00

Thiago Carvalho, técnico do Caxias, tem apenas 34 anos e se inspira em Guardiola e Fernando Diniz. O rival do Inter na semifinal do Gauchão monta sua equipe com conceitos ofensivos e revela que ouve vaias da torcida por fugir do 'estilo gaúcho'.

O que aconteceu

  • O Caxias se caracterizou por um jogo de ataque e posse de bola, contrariando o modelo tradicional de times do interior gaúcho.
  • Ainda que enfrente um clube maior, Thiago Carvalho garante que irá atacar o Colorado, tentará propor o jogo e manter o controle das ações.
  • Ele admite que já sofreu preconceito por fugir do padrão do futebol do Estado, pautado por um estilo de divididas e defesa fortes e contra-ataque, mas mantém firmes suas convicções.

O que ele disse

"Gosto de um jogo bem jogado. Dentro do Brasil, minha referência é o Fernando Diniz, que faz isso muito bem. A ideia principal é jogar com qualidade, posse, criar situações de gol. Fora do país, o Guardiola é o grande exemplo. Cada um com sua maneira, mas adeptos de um futebol bem jogado Se possível, vamos atacar a todo o momento. Nossa ideia é ter a bola, fazer o nosso jogo. Para isso tem que marcar bem, ser agressivo. Contra o Inter não é algo tão fácil, porque é um time com muita qualidade, um jogo ofensivo muito bem feito. Temos convicção do que precisa ser feito. Estratégias mudam a cada jogo, mas a ideia é a mesma" Thiago Carvalho, técnico do Caxias.

"Eu acho que isso [preconceito] acontece um pouco. Com todos os resultados positivos, ainda somos vaiados algumas vezes por ficar com a bola. A torcida quer que o time vá para frente de qualquer jeito. Até dentro do clube tem a situação de não entenderem bem por ter essa cultura do futebol gaúcho. Acho que pode se jogar de todas as formas. Tem times que fazem bem este jogo [defensivo, de força], como o Brasil de Pelotas. Mas se você olhar os quatro que vão jogar a semifinal, todos jogam um bom futebol, ofensivo e de qualidade" Thiago Carvalho sobre críticas.

Quem é ele?

Thiago tem cinco anos atuando como treinador. Natural de Rio Verde, em Goiás, ele jogou futsal e também atuou no campo por Vila-Nova-GO, Cruzeiro, Ceará, Boa Esporte, entre outros. Aos 29 anos, a carreira foi abreviada por uma lesão. Por influência do pai, que também foi jogador e técnico, optou por se tornar treinador. Antes de treinar o Caxias, ele comandou o Aparecidense-GO, clube pelo qual conquistou a Série D do Brasileirão.

O Caxias terminou a primeira fase do Gauchão em terceiro, atrás apenas da dupla Gre-Nal, com 20 pontos, dois a menos que o Inter. Foram cinco vitórias, cinco empates e só uma derrota, para o Grêmio, na estreia.

Conheça mais o treinador

Cria do salão. "Levo comigo muitos conceitos do futsal, porque joguei antes da carreira profissional no campo. Venho de uma família de jogadores e treinadores, desde os 14 ou 15 anos acompanhava meu pai, que tinha sido jogador e virou treinador. Vivi muitas coisas com ele desde muito cedo"

Não é só atacar. "O que mais predomina no futebol são as ideias. Mas temos que saber fazer de tudo. Nem sempre se está com a bola, tem que marcar também, e forte. Se quiser ficar com a bola, tem que ser agressivo. Nós vamos juntando momentos. Sempre predomina o jogo coletivo, de movimentação, uma mecânica de movimentação rápida, e isso vem do futsal. Fazer a bola correr rápido, mudar de lado, ganhar vantagens. Queremos correr menos riscos do que estamos correndo hoje, mas precisamos de tempo para que todos entendam cada situação"

Muito além do Gauchão. "Nosso projeto é subir para Série C do Brasileiro. O clube almeja isso com muita força e eu participo disso. Mas, como minha experiência no futebol mostra, sei como funciona, sei que é preciso corresponder no Estadual senão nem chego lá na competição nacional. O Estadual é muito importante também"

Falta compreensão? "Temos muita convicção nas nossas ideias de jogo, de um futebol bonito, bem jogado. Mas sei que demora para os atletas entenderem bem o que precisa fazer. Não queremos correr riscos que ainda corremos, mas é normal, vai acontecer. O mais importante é que tem dado certo e acredito muito nisso"

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