TV mostra vídeo de empresário usando o PCC para ameaçar jogador da Série B
A TV Globo mostrou hoje áudios e vídeos da investigação sobre o escândalo de manipulação de resultados na Série B do ano passado. Em um deles, um empresário aparece usando o PCC (Primeiro Comando da Capital) para ameaçar um dos jogadores do esquema.
"Ninguém é de apavorar ninguém. Só que, irmão, o cara é Primeiro Comando. O cara é certo pelo certo. A partir do momento que ele perder 50 centavos, ele já vai atrás com dois pés na porta. Agora, imagina R$ 500 mil."
Bruno Lopez, empresário apontado pelo MP como chefe do esquema
O que aconteceu?
- A investigação do MP descobriu um vídeo em que o acusado de ser chefe do esquema aparece conversando com o jogador Romário, do Vila Nova, de Goiás. Na imagem, ele tenta convencer o atleta, por telefone, a armar um pênalti no jogo do dia seguinte, contra o Sport.
- Romário já tinha recebido R$ 10 mil e receberia mais R$ 140 mil da quadrilha, caso cometesse o pênalti no primeiro tempo, segundo o MP. O problema é que Romário não foi relacionado ao jogo, o que frustrou o plano. Na conversa mostrada, o golpista cita o PCC para fazer Romário encontrar um colega pra cometer o pênalti.
- A Globo também mostrou conversas de WhatsApp nas quais Romário oferece dinheiro a outros jogadores do Vila fazerem o pênalti. Os jogadores rechaçam. O esquema foi descoberto pelo presidente do clube, que afastou Romário.
MP denunciou 8 jogadores por esquema
- Além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados. De acordo com o MP eles aceitaram dinheiro para manipular resultados na última rodada de Série B do ano passado.
"Parceiro meu aqui me chamou perguntando se eu arrumava alguém pra fazer um pênalti amanhã que ele dava R$ 50 mil."
Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário, volante ex-Vila Nova.
- Bruno Lopez, um dos supostos chefes do esquema, foi preso, mas depois solto por um habeas corpus. Seu advogado nega que ele seja parte de uma organização criminosa.
- Para ganhar dinheiro com apostas, os golpistas precisavam que três partidas tivessem pênaltis no primeiro tempo. Segundo o MP, aliciaram ou tentaram aliciar um grupo grande de jogadores da Série B.
- O MP ainda investiga quem seriam os financiadores do esquema. Na reportagem da Globo não ficou claro se há de fato alguma ligação com o PCC.
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