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Quem é a empresa que negocia direitos de jogo da seleção, Carioca e Série B

Bola que será usada na Série B 2023 - Rafael Ribeiro/CBF
Bola que será usada na Série B 2023 Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

24/03/2023 11h33

A Brax ganhou espaço no mercado nacional a partir da reta final do ano passado e está participando de negócios ligados à CBF e outras entidades esportivas. O combo atual tem intermediação da venda de direitos do amistoso da seleção brasileira contra o Marrocos, o contrato da Série B e do Carioca.

Mas quem está por trás da Brax?

  • A Brax é a junção de três empresas: Printac, Market Sport e Esportecom.
  • Os sócios são Bruno Rodrigues, Antonio Carlos Coelho e Javier Palmerola.

O modelo de negócio

O negócio originário da Brax é vender placas de publicidade. As três empresas que a formaram negociavam placas e patrocínios para campeonatos. A Brax entrou no ramo dos direitos de transmissão só a partir do meio do ano passado.

Com Carioca e Série B, a Brax adquiriu os direitos de transmissão para negociar mais adiante com emissoras e outros veículos. A empresa é bem próxima da Band, que tem fechado contratos para passar jogos, como o Brasil x Marrocos, o Carioca e a Série B.

A Brax também negocia placas e publicidade estática das partidas do Brasileirão, por exemplo, e da Copa do Brasil.

O que tem em mãos

  • A Brax venceu a concorrência pelos direitos comerciais da Copa do Brasil 2023, desbancando a Klefer. Assim, ela negocia as propriedades da competição, como naming rights e placas.
  • A Brax convenceu os clubes e a CBF a fechar contratos pelos direitos de transmissão da Série B até 2026. O ponto de partida em 2023 tem um mínimo assegurado de R$ 210 milhões que será repartido entre os clubes. Com correção, a promessa da Brax é repassar em 2026 R$ 279 milhões.
  • A Brax participa da intermediação da venda feita pela CBF dos direitos de transmissão do jogo do Brasil contra Marrocos. Não há contrato a longo prazo em vigor com qualquer emissora, então, a entidade precisou fazer a venda pontual.
  • No ano passado, a Brax negociava placas e publicidade estática de jogos com mando de de 17 dos 20 clubes do Brasileirão. Os três que não estavam com ela eram Flamengo, Corinthians e Palmeiras.

Qual a estratégia da Brax

Em entrevista ao Blog do Rodrigo Mattos, Bruno Rodrigues, um dos sócios da Brax, pontuou: 1) corte de custos ao eliminar intermediários em contratos 2) negociação centralizada dos direitos com pacotes de patrocínio da competição inteira, não fragmentada 3) melhoria do produto final das placas para a televisão 4) redução da margem de lucro para gerar mais receita para os clubes.

O que mais Bruno Rodrigues disse, em fevereiro:

Lucro

"No ano passado, a gente teve um desempenho aquém da nossa projeção porque foi um ano de investimento. Esse ano, vamos ficar dentro de um nível de rentabilidade, de uma agência de publicidade tem. Vai flutuar entre 10% a 15% no máximo (das receitas obtidas com os campeonatos)."

Patrocinadores

"Temos quase 60 marcas que investem aqui com a Brax em diversos campeonatos. Sabemos quanto cada um pode alocar em cada competição. A gente avalia o pedido da entidade esportiva. CBF quer R$ 10,00 pela Copa do Brasil. A gente vê com clientes quanto consegue faturar, vê na produção quanto custa. A gente faz um racional e viabiliza uma oferta para entidade. O segmento de beting (apostas) está aquecido. Fico até feliz de falar porque é um segmento muito estigmatizado. Mas não é só Beting. A Copa do Brasil, temos 16 patrocinadores, dois são Beting. São importantes. Mas temos duas e outras 14 de outra parte do mercado anunciante."

Mas não depende muito de casas de apostas?

"A Brax não tem um negócio dependente de um único segmento. Especialmente um segmento que ainda está em consolidação como Beting. Agora, a gente estuda muito, tem um respaldo jurídico, e as perspectivas dentro da nossa projeção é de que pode contar com as empresas do segmento."