Derrota da seleção aumenta pressão sobre presidente da CBF por novo técnico
A derrota da seleção brasileira para Marrocos, com Ramon Menezes como interino, coloca mais pressão sobre o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, na busca por um técnico definitivo.
Como fica o cenário
- Ednaldo mantém a promessa de que em junho, no próximo jogo da seleção, já terá um técnico contratado. A margem de erro (e de tempo) fica reduzida.
- Ednaldo já deu um prazo que não cumpriu. Ele disse durante a Copa que, em janeiro, iria definir o substituto de Tite. Só que, depois, passou a adotar o discurso de que pode usar o tempo a seu favor, pensando no ciclo completo até a Copa 2026.
- A responsabilidade se personifica em Ednaldo pela forma com a qual ele conduz e centraliza o assunto na CBF. O dirigente brinca que nem a mulher dele tem informações sobre a busca pelo novo técnico da seleção.
- Não há clamor para continuidade de Ramon como técnico na seleção principal. Ednaldo não tinha dado "falsas esperanças" ao treinador e o resultado também não pode ser usado como argumento pró-Ramon.
- "Minha opinião é que fica a cargo da CBF. Eu vim aqui fazer o meu papel. Como funcionário da CBF, vim de coração para fazer o meu melhor", disse Ramon Menezes, técnico da seleção
Recado do grupo
Carlo Ancelotti é o nome mais falado na CBF como alvo para suceder Tite, e os jogadores mostraram durante a semana no Marrocos que estão animados com essa hipótese.
Os jogadores da seleção querem um técnico de ponta, embora tenham tratado Ramon muito bem ao longo da preparação para o jogo contra Marrocos.
"O que nós jogadores gostaríamos de ver em um treinador é ser capacitado, com experiência para lidar com grandes jogadores", resumiu Casemiro, capitão da equipe em Tânger.
O caminho do presidente da CBF
Ednaldo volta ao Brasil nesta semana. Ele participará do sorteio da Copa do Brasil na quarta-feira, no Rio, e estará no Congresso da Conmebol na sexta-feira, no Paraguai. Semana que vem, ele volta à Europa para jogos da seleção feminina.
Na CBF, já se sabia pelo menos desde janeiro de 2022 que Tite não ficaria no cargo. A opção da entidade foi não discutir a sucessão enquanto o treinador estivesse preparando a seleção para a Copa. Mas, depois do Mundial, já se passaram três meses sem contatos mais concretos por parte da CBF.
Ednaldo disse que quer conversar tanto com o treinador que for alvo da CBF quanto com o presidente do clube em que ele estiver. No caso de Ancelotti, isso envolve o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez.
A seleção atualmente também não tem um coordenador, que pode ser contratado antes ou depois do novo técnico, segundo o presidente da CBF.
O futuro de Ramon
O resultado em Tânger e a performance da seleção evitam uma onda de apoio à efetivação de Ramon na principal - mesmo considerando o argumento de que ele teve cinco dias de treinos, apenas, e montou um grupo com muitos jovens.
Ramon se volta ao planejamento da seleção sub-20 para o Mundial da categoria, em maio. Por ora, sem ter um técnico da principal para conviver na CBF.
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