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Derrota da seleção aumenta pressão sobre presidente da CBF por novo técnico

Do UOL, em Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP)

26/03/2023 04h00Atualizada em 26/03/2023 18h37

A derrota da seleção brasileira para Marrocos, com Ramon Menezes como interino, coloca mais pressão sobre o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, na busca por um técnico definitivo.

Como fica o cenário

  • Ednaldo mantém a promessa de que em junho, no próximo jogo da seleção, já terá um técnico contratado. A margem de erro (e de tempo) fica reduzida.
  • Ednaldo já deu um prazo que não cumpriu. Ele disse durante a Copa que, em janeiro, iria definir o substituto de Tite. Só que, depois, passou a adotar o discurso de que pode usar o tempo a seu favor, pensando no ciclo completo até a Copa 2026.
  • A responsabilidade se personifica em Ednaldo pela forma com a qual ele conduz e centraliza o assunto na CBF. O dirigente brinca que nem a mulher dele tem informações sobre a busca pelo novo técnico da seleção.
  • Não há clamor para continuidade de Ramon como técnico na seleção principal. Ednaldo não tinha dado "falsas esperanças" ao treinador e o resultado também não pode ser usado como argumento pró-Ramon.
  • "Minha opinião é que fica a cargo da CBF. Eu vim aqui fazer o meu papel. Como funcionário da CBF, vim de coração para fazer o meu melhor", disse Ramon Menezes, técnico da seleção

Recado do grupo

Carlo Ancelotti é o nome mais falado na CBF como alvo para suceder Tite, e os jogadores mostraram durante a semana no Marrocos que estão animados com essa hipótese.

Os jogadores da seleção querem um técnico de ponta, embora tenham tratado Ramon muito bem ao longo da preparação para o jogo contra Marrocos.

"O que nós jogadores gostaríamos de ver em um treinador é ser capacitado, com experiência para lidar com grandes jogadores", resumiu Casemiro, capitão da equipe em Tânger.

O caminho do presidente da CBF

Ednaldo volta ao Brasil nesta semana. Ele participará do sorteio da Copa do Brasil na quarta-feira, no Rio, e estará no Congresso da Conmebol na sexta-feira, no Paraguai. Semana que vem, ele volta à Europa para jogos da seleção feminina.

Na CBF, já se sabia pelo menos desde janeiro de 2022 que Tite não ficaria no cargo. A opção da entidade foi não discutir a sucessão enquanto o treinador estivesse preparando a seleção para a Copa. Mas, depois do Mundial, já se passaram três meses sem contatos mais concretos por parte da CBF.

Ednaldo disse que quer conversar tanto com o treinador que for alvo da CBF quanto com o presidente do clube em que ele estiver. No caso de Ancelotti, isso envolve o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez.

A seleção atualmente também não tem um coordenador, que pode ser contratado antes ou depois do novo técnico, segundo o presidente da CBF.

O futuro de Ramon

O resultado em Tânger e a performance da seleção evitam uma onda de apoio à efetivação de Ramon na principal - mesmo considerando o argumento de que ele teve cinco dias de treinos, apenas, e montou um grupo com muitos jovens.

Ramon se volta ao planejamento da seleção sub-20 para o Mundial da categoria, em maio. Por ora, sem ter um técnico da principal para conviver na CBF.