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"Neymarausência": craque sai de pauta em primeiro amistoso pós-Copa

Neymar em ação pelo PSG no Campeonato Francês - Sylvain Lefevre/Getty
Neymar em ação pelo PSG no Campeonato Francês Imagem: Sylvain Lefevre/Getty

Thiago Arantes

Do UOL, em Tânger (MAR)

26/03/2023 12h00

Desde que estreou pela seleção brasileira, em agosto de 2010, Neymar sempre esteve no centro das atenções. No período de quase 13 anos, ele foi de promessa a craque do time, ganhou a camisa 10, jogou três Copas e marcou 77 gols, marca que o iguala a Pelé como maior artilheiro da equipe nacional.

Neymar na seleção sempre foi notícia, pela presença e pela ausência. Era manchete quando estava e quando não estava. Criou-se até o termo "Neymardependência", tamanho o peso do jogador no elenco, dentro e fora de campo. Mas no primeiro amistoso da seleção pós-Copa de 2022, a derrota por 2 a 1 para Marrocos, nada disso aconteceu.

Ao longo de toda a semana, em Tânger, pouco ou nada se falou do jogador do PSG, que sofreu uma lesão no tornozelo direito em fevereiro e teve de ser operado. A expectativa é que ele volte aos gramados em junho.

Neymar não foi mencionado nas entrevistas coletivas de jogadores, nem do técnico interino Ramon Menezes. Não houve pergunta (da mídia brasileira e estrangeira) sobre ele aos atletas, e apenas uma menção breve do técnico marroquino Walid Regragui, para dizer que "mesmo sem Neymar, o Brasil tem grandes jogadores".

O debate, na volta da seleção após a Copa, mudou de eixo. A preocupação mais imediata de jogadores, dirigentes e da imprensa sobre o futuro diz respeito ao novo técnico. O italiano Carlo Ancelotti, primeira opção da CBF para assumir o cargo, foi lembrado em todos os encontros de jogadores com a mídia.

Só que o futuro da seleção também passa por Neymar, que ainda não anunciou de forma oficial se continuará defendendo a camisa amarela. Nos bastidores, funcionários da CBF e jogadores fazem campanha para tentar convencê-lo a continuar. A tendência, de momento, é que ele continue.

Rodrygo e Vini Jr., os "substitutos"

Das poucas menções a Neymar durante a semana no Marrocos, a mais relevante teve relação direta com Rodrygo: o jogador do Real Madrid ficou com a camisa 10, herdando o número do ídolo.

Mas, se a numeração colocou Rodrygo como sucessor de Neymar, a promoção publicitária do jogo e a torcida marroquina escolheram outro astro madridista como protagonista: Vini Jr.

Vinícius estampava o material de divulgação do jogo e, durante a semana, sempre era citado como principal jogador brasileiro pela mídia e a torcida locais. Esse novo tamanho do jogador na seleção ficou evidente, também, pelos aplausos da torcida no estádio Ibn Batouta: Vini Jr. foi, de longe, o mais ovacionado pelos brasileiros.