Criança levada pelo pai em invasão a campo passará por avaliação de trauma
A criança levada pelo pai na invasão do campo do Beira-Rio após a eliminação do Inter na semifinal do Gauchão passará por uma perícia psíquica.
O resultado irá indicar os reflexos do ocorrido na criança.
O que aconteceu
A menina carregada pelo torcedor que invadiu o campo do Beira-Rio e agrediu um jogador do Caxias e um profissional de imprensa passará por duas avaliações a pedido da polícia.
O primeiro exame será de lesão corporal, para ver se houve dano físico a ela durante os atos, e o segundo será uma perícia psíquica, que irá medir o trauma causado pelas cenas de selvageria presenciadas por ela.
Os exames serão realizados a partir de hoje. A perícia psíquica costuma levar vários dias, pois envolve diversos profissionais.
"A perícia psíquica consiste em entrevistas com a criança. Pela espontaneidade dela os profissionais percebem o que eventualmente possa ter trazido o que ela vivenciou, de traumas e efeitos. São rodadas de entrevistas que vão consolidando um parecer psiquiátrico. Muitas vezes isso é fundamental para o embasamento de um indiciamento e condenação. É uma análise pericial que pode dar materialidade ao delito, além das filmagens que são robustas e dos relatos testemunhais" Christian Nedel, Delegado do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis de Porto Alegre.
Entrevistas e reações
Durante essas entrevistas, a menina terá suas reações avaliadas e os relatos colhidos podem ajudar na investigação.
A menina chorava muito antes e depois dos fatos ocorridos, segundo relatou a delegada Elisa Souza, da Divisão Especial da Criança e do Adolescente.
Em depoimento, o pai da criança não mostrou qualquer arrependimento e disse que invadiu o campo e agrediu o jogador e o cinegrafista para "defender a si mesmo e a filha".
"Ouvimos o pai e a mãe da menina, ele relatou que não percebeu as consequência do ano, que não acreditava que estava expondo a menina a qualquer risco. Ele ingressou no campo como forma de proteção, desferiu socos e chutes a esmo contra a pessoa que ele afirma não saber que era jogador. O intuito, segundo ele, era proteger a filha. A mãe da menina não estava presente, relatou que soube dos fatos no momento, que ligou e posteriormente falou com o pai. Ela disse que ele não se sentia culpado ou via qualquer ato irregular" Delegada Elisa Souza
Dois inquéritos
O torcedor do Inter tem 33 anos, mora na cidade de Canoas, é sócio do clube e se desvinculou da organizada da qual fazia parte.
O clube já suspendeu sua presença no quadro social e proibiu o acesso ao Beira-Rio por tempo indeterminado.
Ele responderá por duas situações: lesão corporal —cuja pena vai de três meses a um ano de prisão—, e por exposição da criança —cuja pena pode ser de até quatro anos de prisão.
A polícia irá seguir ouvindo testemunhas e aguarda os resultados dos laudos para dar sequência ao processo legal.
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